Sou manteiga derretida mesmo e essa semana que antecede o dia das mães é realmente muito especial. Primeiro porque me lembro que por vinte anos eu esperava e planejava demais como seria o dia das mães da minha mãe, o presente que daríamos para ela, quem e como iriamos comprar as coisas para o café da manhã na cama sem que ela visse, como iria acordar e preparar tudo sem que ela ouvisse absolutamente nada a ponto de ser surpreendida e acordada por mim e pela minha irmã. Com o tempo descobri – e me acostumei – a saber que ela estava acordada e que se segurava para não levantar antes da gente e, quanto ao presente, por muito anos foram apenas cartões, pois não tínhamos condições $$$ de comprar nada fora do orçamento que já era nulo.


Quando eu pensava no dia em que fosse mãe, imaginava que meus filhos fizessem exatamente igual e/ou até mais do que eu fazia, e, quando soube da notícia que estava grávida, confesso que já imaginava como seria, PORÉM, nos primeiros anos ainda não rola Sophia planejar e executar tudo sozinha, então, sempre ia dando aquelas dicas para o papis, afinal, ele seria a “minha filha” naquele período.

Meu primeiro dia das mães não foi como o esperado, eu ainda não estava morando com o papis e, por isso, quem fez meu café da manhã na cama foi, eu mesma! Sophia acordava por volta das 06h00 para mamar então assim que ela mamou eu fui até a cozinha e preparei meu desjejum matinal: leite desnatado com achocolatado em pó.

O segundo ano papis já preparou meu “leite da manhã”. No ano seguinte também e no outro também. Esse será meu quinto dia das mães, afinal, o primeiro a gatinha tinha apenas dois meses.

Mas esse ano será diferente, na verdade, a maternidade para mim tem sido diferente desde que assumi que sou mãe. É verdade! Confesso a você que por dois anos eu não gostava de ser mãe, afinal, não era aquilo que eu queria para mim naquele momento. Mudei minha vida inteira por causa de um bebê, foi muito traumático, mas hoje vejo que foi necessário na minhavida. Quando o blog Mon Materniténasceu, nasceu também a certeza, a confiança, a responsabilidade e a identidade de Mamãe Marcella, coisa que eu não troco por absolutamente nada nesse mundo.

Eu carrego as marcas da maternidade … engordei e não consigo ver solução para um emagrecimento; tive estrias; o seio que já era pequenino até que cresceu mas deu aquela despencadinha básica; minha noite de sono que era sagrada hoje não tem mais tanto sentido e, além de tudo, tenho uma casa para limpar e cuidar que, lamentavelmente, não está assim tão bem cuidada e limpa! Mas mesmo assim, diante de todas essas situações “negativas”, eu não saberia ser outra coisa se não mãe.

Dias atrás meu facebook foi carregado de compartilhamentos de amigas (somente mulheres) de uma propaganda de uma marca de produtos de higiene pessoal. A maioria dos compartilhamentos vinha com textos de desabafos e sugerindo que nós, mulheres, assistíssemos. Sou curiosa e assisti. Posso abrir meu coração e falar uma coisa para você: aquele vídeo, tão simples, tão comercial, tão lindo me fez mudar o ângulo de visão da minha vida.

Eu não tenho a vida que sonhei em ter; Eu não tenho o carro que desejaria ter; Eu não sou aquilo que queria ser … assim como eu não queria ser mãe e fui, e não me vejo sem ser mãe. Da mesma maneira que no dia dois de fevereiro de dois mil e onze eu decidi assumir para um mundo que eu era mamãe e que isso me realizada, quando assisti aquele vídeo eu decidi assumir que eu sou assim. Não estou falando que me acomodei, que não irei buscar outras coisas, mas nesse momento essa é minha realidade, essa é minha vida, esse é meu mundo!

Deixo com vocês o vídeo e uma reflexão: você é feliz com a vida que você tem?! Você é feliz por ser você?! Emagrecer dois ou trinta quilos é da natureza feminina, somos cobradas para sermos lindas, belas, perfeitas e a moda nos dita que ser magra é ser bonita. Será?! Será que estar saudável não é muito mais belo?! Não estou fazendo apologia a obesidade, mas desejando uma utopia: um mundo de mulheres que se respeitam pela garra, pela luta, pela honestidade da outra, não pelo corpo e altura! Esse é o mundo que quero para minha filha.