Como decidi onde minha filha começaria a estudar aos poucos (e como você também pode fazer isso com mais segurança)

A volta às aulas está chegando, e junto com ela… a ansiedade. E se essa for sua primeira experiência com uma escolinha, segura minha mão: eu sei exatamente como é esse misto de dúvidas, expectativas e aquele aperto no peito.

Lembro direitinho do dia em que decidi que a Sophia, ainda bebezinha, iria para a escola. Fazer as visitas foi fácil. Difícil mesmo foi assinar a matrícula. E o momento de deixá-la pela primeira vez e ir embora? Horripilante.

Mas, antes de te contar o que me fez escolher uma escola, preciso te contextualizar um pouco.

Eu trabalho desde os 13 anos no consultório odontológico da minha mãe. Faço de tudo por lá — menos ser dentista. Quando engravidei, trabalhei até o dia anterior ao parto, mas já havia deixado claro que, depois do nascimento da Sophia, não voltaria mais.

Acontece que a secretária que minha mãe contratou não se adaptou bem. E somado a isso, eu estava vivendo um mix de maternidade, casamento recente, vida de dona de casa e solidão — morávamos longe de tudo e de todos. Me sentia enclausurada, invisível. E, ainda por cima, ouvia diariamente da minha mãe:

“Ah, Má… o que você fez comigo? Por que engravidou e me deixou na mão?”

Eu já estava fragilizada, e isso me fazia me sentir ainda mais culpada. Até que um dia ela me ligou e soltou:

“Eu pago o salário da secretária e os impostos, e você volta a trabalhar comigo. Assim você tem dinheiro, e eu tenho você. Que tal?”

Como dizer não? Eu topei. Mas sabia que, para isso, teria que abrir mão de estar com a Sophia o tempo todo. Curiosamente, naquele momento, isso nem me doeu tanto — talvez porque eu estivesse tão esgotada que essa parecia uma saída.

O desafio então era: com quem deixar a minha filha?

Descobri rapidamente que eu não me sentiria confortável deixando-a com a sogra ou com uma babá. Minha mãe era a única pessoa em quem confiava cegamente, mas ela também trabalhava… e comigo. Restava a escola.

Foi aí que comecei a busca — com pressa, mas com critérios muito claros. E agora, compartilho com você cada um deles, para te ajudar a construir esse filtro com base no que realmente importa para a sua família.


O que observei ao escolher a primeira escola da Sophia:

📍 Proximidade com o trabalho

Se algo acontecesse, eu precisava estar perto o suficiente para chegar rapidamente.

💰 Mensalidade compatível com nosso estilo de vida

Educação é prioridade, mas precisava caber no orçamento — sem me colocar numa posição de sacrifício extremo para manter.

👶 Turmas pequenas

Se eu, como mãe, às vezes ficava perdida com um bebê só, imagina uma professora com muitos?! Preferi lugares com menos crianças por sala e ambiente mais tranquilo.

🥦 Alimentação saudável

Sophia estava começando a introdução alimentar, e queria uma escola que entendesse e respeitasse isso — que fosse parceira nesse processo.

🛁 Higiene cuidadosa

Ela suava muito, principalmente depois das sonecas. Precisava de um berçário que desse banho, trocasse a roupinha e cuidasse da higiene íntima com zelo.

🍽️ Refeitório adequado

A forma como o alimento é preparado e servido diz muito sobre a escola. Um bom refeitório reflete valores como higiene, saúde e até respeito às crianças.

🚽 Banheiros limpos

Mesmo que Sophia ainda não usasse o banheiro, esse era um indicador importante sobre o cuidado com o ambiente como um todo.

🧸 Espaços de recreação seguros

Mesmo sendo bebê, ela precisava de estímulos e momentos fora da sala. O ambiente de brincadeiras deveria ser acolhedor e rico em experiências.

👕 Uniforme (opcional, mas útil)

Trocas de roupas eram frequentes. O uniforme ajudava na rotina e também trazia uma sensação de pertencimento, sem distinções.

😴 Horário de sono flexível

Eu tinha medo de regras rígidas sobre dormir ou acordar. Queria uma escola que respeitasse o ritmo de cada bebê.

🎓 Formação dos professores

Não era exagero da minha parte querer alguém preparado — com didática, paciência e, principalmente, amor por crianças.

⏱️ Visita surpresa

Nunca gostei da ideia de só poder visitar com hora marcada. Se algo me incomoda, quero ver com meus próprios olhos — e a qualquer momento.

📚 Metodologia acolhedora

Mesmo com pouca bagagem teórica, eu sabia que preferia algo entre o lúdico e o aprendizado, com acolhimento e construção do saber.


O coração também escolhe

Visitei algumas escolas, e em uma delas senti uma tristeza difícil de explicar. Crianças no escuro, uma professora quase dormindo… Saí com o coração apertado.

Mas aí, entrei na escola certa — e foi mágico.

Desde o porteiro até os alunos, o clima era leve, feliz. Fui “ticando” mentalmente cada um dos critérios, e todos eram atendidos com louvor. Vi bebês no chão, com duas professoras, música ambiente e interação de verdade. Sophia entrou na sala, brincou com os amigos e… não queria mais sair.

Hoje, tantos anos depois, vejo que fiz a melhor escolha possível. A escola da Sophia nunca nos decepcionou. Ela continua lá, e a maioria das crianças que estavam com ela no berçário também. Sinal de que os laços são fortes, e o cuidado é contínuo.

 
 
A princesa em seu primeiro dia de aula, 01/09/2009.
 
A princesa em seu primeiro dia de aula, 01/09/2009
 

Se você está nesse momento de escolha, respira. Cada família tem seus valores e suas urgências — o importante é saber o que faz sentido para vocês.

E se quiser trocar figurinhas, os comentários do blog estão sempre abertos. 💬
Conta pra mim: o que mais pesa (ou pesou) na sua escolha da primeira escola?