Decidi que voltaria a trabalhar com a minha mãe quando Sophia completou 6 meses, aos 7 ela já estava na escolinha. Para a escolha da escola, optei por avaliar duas coisas: proximidade ao meu trabalho e a felicidade das crianças que ali “estudavam”. Não irei em momento algum fazer propaganda da escola, mas tenho certeza (até agora) que fiz a melhor escolha.
Eu e minha mãe costumamos chamar os aluninhos da escola de “praguinhas”, num sentido muito fofo da palavra, porque o uniforme é amarelo e, por onde você ande em Curitiba, você encontra alguns alunos da escola, seja de carro pelos adesivos ou nas ruas pelo uniforme.
Só que esse final de semana me chamou atenção um fato negativo sobre a moral da escola. Vamos ver se me faço entender em palavras escritas. Meus pais moram no mesmo edifício que uma família A que tem um filho de 3 anos de estuda na mesmo escola que Sophia. PONTO. No sábado (14/05) eu, Sophia e meus pais fomos almoçar num restaurante onde uma outra família B do prédio do meu pais estavam, e eles tem um filho de uns 5 anos. PONTO. Na saída, eu perguntei ao pai desta outra família B se o filho deles estudava na mesmo escola da Sophia. PONTO. Ele me respondeu que não, só o filho da família A estudava, mas parecia que ele tinha saído da escola porque os amigos estavam batendo nele! Sério, meu coração de mãe parou! Como assim, na escola em que minha filha estuda, existem crianças de 3 anos batendo no amiguinho, a escola não faz nada a ponto da mãe tirá-lo da escola! Sério, meus anos de jornalismo da faculdade e hoje meu lado materno me fizeram parar e pensar: tem alguma coisa muito estranha nisso tudo!
Decidi conversar com minha mãe, que acho extremamente sábia, e ela me aconselhou a ir direto conversar com a coordenação da escola. Confesso que perdi o sono essa noite pensando na conversa. Mas ao deixar Sophia na escola pedi para conversar com a coordenadora. Enfim, chegou a hora de eu ser mãe. Nunca havia procurado a escola, e pela minha pouca idade, muitas vezes me deixei abalar e pensar: será que sou digna de ser ouvida.
Expliquei toda a situação. O que houve realmente: o filho não se adaptou aquele ano na escola e por isso justificou que os amigos estavam “batendo” nele. Ele foi trocado de turma e também estavam “batendo” nele. Ele não queria mais ficar ali. É claro que existem mães, existem situações e existem interpretações. Não estou aqui justificando a escola, as parece que os pais estão se separando!
Não fiz psicologia, não estudei pedagogia, mas tenho um coração sensível e busco incessantemente pela minha melhora diária. Comecei ontem a ler um livro fantástico (pretendo comprar mais um e sortear para minhas mães amigas), chama-se “Mãe segundo o coração de Deus” Elizabeth George, e antes li “Criando MeninasGisela Preuschoff. Com esses dois livros, e mais alguns e mais internet e programas de televisão (adoro Discovery Home & Heath), a gente aprende que o dia a dia do casal é passado para a criança mesmo a gente não querendo. Quando nos tornamos pais, é preciso esquecer que somos pessoas únicas e nos tornamos dois, três, quatro … infinitas! Não é fazer cara de paisagem e fingir que está tudo bem, mas a criança sente, sabe quando tem alguma coisa errada.
Quer um exemplo bem bobinho. Como já escrevi algumas vezes, minha vida familiar começou difícil. Quando Sophia nasceu, ela tinha somente uma cômoda em seu quarto. Quando completou um ano, mandamos fazer o guarda-roupa e ela sempre dormiu no quarto do casal naqueles berços desmontáveis. Esse final de semana, meus pais nos deram a cama da Sophia. Nunca chorei tanto. Ela é linda. Chegamos em casa no sábado e o Ramon mesmo a montou. Quando Sophia entrou no seu quarto, ela mal acreditava no que via, e desde aquela noite não sai do seu quarto. Descobriu que tem quarto. Brinquedos já velhinhos ela parece que só descobriu agora. Tudo ela mostra. Foi o final de semana mais perfeito da minha vida. O que isso tem haver com o caso do menino que “apanha” na escola. TUDO! Quando a gente está feliz como família, nossos frutinhos absorvem toda nossa felicidade. Quando estamos tristes, nossos filhos absorvem todas as nossas frustrações, a ponto de usar seu lado lúdico para quem sabe se fazer notar num monte de coisas. Agora ele está em casa com sua mamãe. Era isso que ele queria, provavelmente.
 Já vi casos de crianças que ficam doentes para chamar atenção. Não é mentira não. Da mesma maneira que o menininho da escola não mentiu. Eles criam! Minha mãe está com dor no pé por usar um calçado inadequado na academia. Então eu e minha irmã fazemos massagem em seus pés. Sophia viu e disse que estava com “dodói no pé” para receber massagem. Ela mentiu? Não. Ela criou.
Aí está chave que nós pais temos para abrir os olhos e os corações dos nossos frutinhos. Dizem que é somente com sete anos que as crianças sabem a diferença entre bem e mal. Ora, se antes ela criava, porque agora é mentir?! É fácil continuar a criar. Criar que tenho dodói no pé; criar que meu amiguinho me bate; criar que não fui eu quem quebrou o copo. Criar é bom, mas o que criamos é o que precisamos saber. A diferença está em somente criar ou apresentar uma personalidade mentirosa.
Vamos combinar uma coisa?! Vamos dar uma atenção maior a esses detalhes. Minha filha ainda é pequena, mas aquelas que têm filhos maiores, cuidar com aqueles pedidos de falar que a mamãe não está em casa para não falar com uma amiga no telefone; cuidar com aquela reclamação que o chefe é insuportável; cuidar com aquele tom de voz um pouco mais alto na hora da “conversa” com o marido. São esses pequenos detalhes que moldam o caráter dos nossos brilhantes. 

Quartinho antes da cama … olha a bagunça!

Eba!! Cama pronta … Sophia não acreditava!
Minha princesa pronta para dormir!