Não foi nada fácil, e quem disse que seria! Mas posso assegurar que eu consegui! Alguém por acaso leu ou se lembra que eu falei AQUI sobre a minha “acumulação” em relação às roupas da Sophia?! Então … assim que escrevi o texto confesso que me senti mais livre daquele sentimento que me prendia as roupas da princesa. Cada peça me fazia relembrar e reviver toda a história da minha gestação.
Quando cheguei em casa, fiquei muito mais incomodada com aquele monte de roupas paradas, ocupando espaço no armário, guardada em baú ou malas de viagem. Chegou o final de semana e eu resolvi me desapegar! Eu me determinei, decidi que seria firme e forte e comecei aquela limpeza. Peguei sacolas de lixo de 50L e fui ao encontro da história da moda infantil desses últimos dois anos.
Para evitar sofrimentos maiores, não fui olhando muito aquilo que estava pegando, eu sabia que se eu olhasse, logo que recordaria do momento da compra, conseqüentemente me lembraria de Sophia com a roupa e qual era a situação das nossas vidas e … melhor continuar a colocar no saco e praticar o desapego!
E assim foi com um, dois, três … seis sacos de lixo! UFA! Eu havia limpado e retirado todas as roupas que estavam nas gavetas do armário e das malas. Faltavam as roupas no baú … as mais difíceis (na minha opinião), lá estão guardadas as roupas do primeiro mês! Decidi parar por ali.
Quando vi aquela montanha amarela, imediatamente convoquei o marido para que no dia seguinte (uma segunda-feira) levasse todas as aquelas sacolas para a nossa Igreja. Ele, como bom marido que é obvio que não levou no dia seguinte. Mas me deixou tranqüila quando jurou que levaria na terça-feira. Chegou a terça e logo cedo recomendei “Gorducho, você leva as roupas na Igreja hoje né?!” … um balançar vertical com a cabeça sinalizava que sim. O dia passou, nem nos falamos. Quando ele veio me buscar no trabalho, adivinhem como foi o encontro … “E aí, levou as roupas?!” … “Oi Gorducha, tudo bem e com você!??! ……… ah é, as roupas! Então …. eu levei! E hoje era dia das mulheres da ‘Ação Social’ e na hora em que fui entregar, elas perguntaram o que era e eu disse que era roupa de criança, elas agradeceram e falaram que foi resposta de oração, porque ela não tinham nada para criança e nessa época de final de ano sempre precisam!!” … alguém duvida que eu quase chorei!?! Fiquei tão, tão, tão feliz! Puxa vida!!
Passaram-se alguns dias e uma prima minha que se casará no próximo ano me ligou pedindo minha autorização para Sophia ser sua daminha no casamento … pensei muito e decidi que … claro que sim! Ficamos felizes e muito honrados. Mais alguns dias e durante um momento de oração com minha mãe senti no coração que deveria guardar aquilo que eu não havia doado, e que essas coisas já teriam um destino certo. Peguei o telefone, liguei para essa minha prima (ela tem a mesma idade da minha irmã, quase 30 anos, por isso não somos tão próximas, mas havia uma escala de roupas na família: minha irmã, ela e depois eu! Sempre foi assim quando pequenas) e falei “Gi, senti no meu coração que deveria te ligar. Estava doando algumas coisas da Sophia e hoje na oração senti que tudo o que ficou, desde roupa até o carrinho eu deveria guardar pois sinto que logo que você casar você vai engravidar e eu quero dar isso para você! … não que eu esteja dizendo que você precisa de doação nem que não poderá comprar tudo novinho, mas eu quero colocar tudo isso a sua disposição!” … ela ficou super emocionada e falou que o projeto é realmente engravidar logo e que o futuro marido dela comentou que acha um absurdo comprar tudo isso novo sendo que pode emprestar/ganhar de pessoas próximas. Opiniões a parte, eu sou de família que um ajuda o outro, necessitando ou não … e vi nisso um propósito de Deus, resposta de oração.
Hoje, venho agradecer aquelas que comentaram e me deram força e coragem para “desacumular” e precisava vir e dizer: EU CONSEGUI!!!
Parte da prática do desapego!