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A gente ouve uma vida inteira, mesmo quando não somos mães ainda que perto de criança devemos ter cuidado com o que falamos, porque os cérebros delas são como esponjas e aprendem tudo com muita facilidade e rapidez e, se é coisa errada ainda, parece que não precisa nem repetir, ouviu uma vez, viu uma vez, já sai repetindo!
Não falamos palavrões em casa, muito menos usamos de gestos obscenos. Então sei que lá em casa, Sophia não aprenderá esse tipo de coisa. É claro que também começamos a cuidar até com adjetivos dados à terceiros, por exemplo: durante um jogo de futebol que a titia assiste as palavras “burro” “idiota” “imbecil” são trocadas por “grrrrr” “any” “uhhhhh”. E assim, fomos substituindo pequenas expressões. Tá, já me falaram que isso não terá como evitar porque ela vai ouvir isso na escola, mas se tem gente que tardia ao máximo doces e refrigerantes, porque eu não posso adiar que minha filha conheça palavras que “menosprezem” as pessoas, mesmo quando temos razão de chamar aquele jogador que recebe milhões de salário de idiota porque ele perdeu um gol que até minha avó faria!!
Tenho o costume de na hora de dormir pegar o computador, levar para a cama e ficar navegando pela mommysfera e ouvindo o som da televisão, caso escute algo que me chame a atenção, assisto. Durante esse processo, Sophia fica ao meu lado na cama, rolando para lá e para cá lutando contra o sono. É bem verdade que tem horas que esqueço que ela pode estar olhando para a televisão enquanto eu estou focada no computador e, na maioria das vezes, os programas escolhidos são “Tabu”, “Acumuladores de Animais” “Infestações” … ou algo do gênero!
Dias desses, ou melhor, numa noite dessas, fizemos esse nosso ritual de estarmos juntas na cama, ela rolando para dormir e eu no computador assistindo “Segredos do meu corpo” e o assunto era uma mulher que tinha uma espécie de pinta no canto da boca, mas era beeeeem grande e como era muito vascularizada, tinha uma cor bem roxa, parecia mesmo que se alguém colocasse uma agulha e furasse jorraria sangue no melhor estilo Quentin Tarantino. Eu suuper compenetrada e concentrada achando que Sophia estava num sono profundo e maravilhoso quando ela olha para mim e fala “Mamãe, olha que coisa feia no rosto da moça, tem um bicho comendo a boca dela” … AI MEU DEUS! E agora, como tentar consertar o inconsertável (existe essa palavra!?!? NÃO??!? Então coloca no dicionário Marcellês = inconserável é aquilo que não se conserta!!) … pensa Marcella, pensa rápido para não traumatizar a criança e não piorar a situação! “Não filha, aquilo não é nenhum bicho … é que a moça caiu e fez um dodói, daí a mamãe dela quis fazer um curativo, passar sprayzinho, dar remedinho e ela não deixou, daí ficou essa manchinha, mas ela vai cuidar, fazer curativo, tomar o remedinho e vai sarar” … UFA! Nada melhor do que tentar se safar de alguma coisa e ainda conseguir usar ao seu favor! DEU CERTO!
OK … prometi para mim mesma que iria cuidar melhor disso. Passaram alguns dias e estava assistindo novela (PUTZ, eu assisto de vez em quando “Fina Estampa”) e a tal da Sol do Recanto iria ter sua primeira noite de amor com o namorado. Eles se encontraram no quarto, começaram a se beijar e um foi tirando a camiseta do outro, quando Sophia olha para mim e pergunta “Mamãe, por que a moça tá ficando pelada” … ai meu Deus, o que responder …. pensa, pensa, pensa …. “Ela está indo tomar banho filha” … UFA! Mais uma vez deu certo!
Mas sabem, eu não sabia que crianças de três anos já tinham essa rapidez de raciocínio. Achei que era por volta dos cinco/seis anos, mas estou me surpreendendo! Agora, tenho que super cuidar com o que está passando na televisão. Ué … durante o carnaval Sophia aprendeu (do jeito dela) a música em inglês do Michel Telló e o refrão daquela música do Gusttavo Lima “Tche tche tchererere … e sei lá mais o que” …. em três dias! Ela já sabe que no programa do Faustão tem “Cassetadas” e se diverte demaaais com as quedas do povo (#humornegromodeon).
Agora é hora de cuidar com os pequenos detalhes na educação da minha filha, porque se eu cometer um deslize, por menor que seja, pode ser fatal!