Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
Êxodo 20.12
Eu não sei se estou certa ou errada, mas a cada dia que passa procuro ser A melhor mãe do mundo. Eu leio, assisto programas, pesquiso, ouço e discuto muito sobre maternidade, criação e educação. Procuro oferecer para minha filha muitas coisas que eu não tive na minha vida, sem deixá-la “mimada”, procuro não brigar, mas sempre que se faz necessário agir com firmeza, chamando a atenção e até colocando-a de castigo.
Tento ao máximo não cometer os “erros” dos meus pais e avós. Mas em muitos momentos, aquilo que eu achava que era super errado e que prometia para mim mesma que quando tivesse um filho JAMAIS faria, hoje vejo que é (e foi) a melhor opção.
Daí que quando a gente vira mãe, um turbilhão de emoções e sentimentos entram em ebulição. Se fosse física, diria que uns evaporam, outros condensam e alguns conseguem até solidificar-se. O que posso afirmar é que nossas idéias mudam completamente.
Se antes eu achava um absurdo meus pais não me deixarem viajar com o namorado, seja por segurança, insegurança ou ciúme, hoje eu não consigo sequer imaginar o dia em que Sophia me contar que deu o primeiro beijo; mas ao contrário da minha mãe, quero saber se ela esta gostando de alguém e quero ser amiga e confidente. Então, é claro que houveram coisas que eu continuo achando errado, mas muitas coisas entendi que eram melhores assim.
Daí que essa semana tenho prestado muito atenção na forma que muitas famílias se relacionam. E, todas elas tem me chamado a atenção nagativamente.
* Foi na terça-feira, eu e minha mãe fomos na padaria tomar uma lanche entre um paciente e outro e havia uma família composta por pai, mãe e duas filhas (uma de 12 e a outra de 9 anos, mais ou menos). Ambas as meninas comiam uma coxinha de frango bem engordativa e engordurada e bebiam água mineral sem gás. Elas reclamavam de ter que tomar água, mas pelo o que pude entender, refrigerante ou é proibido OU é liberado apenas aos finais de semana. PORÉM, a menina mais nova abriu um daqueles sachês de açúcar cristal e … comeu! OI?!?! O QUE!??? Siiiiim, o refrigerante é proibido, mas comer açúcar, tudo bem!
* Ontem (quarta-feira) fui almoçar num restaurante do tipo buffet, onde existem pessoas de todos os níveis sociais, culturais e o que mais existir! Na hora em que fui pagar a conta, havia na minha frente mãe e filha, esta com uns onze anos, quando ela vira para a mãe e fala “Nossa, mas como é que ele tem? Ainda não chegou no Brasil!” a mãe pergunta “Mas e era igual ao seu?” … “Era mãe, e é impossível ele ter, se ainda não tem no Brasil, como é que ele tem!?”. OI!!!?!? O QUE?!?!? Só a menina e a família dela podem viajar para outro país e comprar aquilo que só ela tem?
* Estava com vontade de tomar um refrigerante e saí na hora do almoço do consultório para comprar na farmácia, quando havia uma família composta por mãe, filha e um moço (não sei se era filho ou namorado da menina) no caixa eletrônico sacando dinheiro. A mãe dá R$50,00 para a filha de uns treze/quatorze anos, que resolve discutir a relação ali, na frente de todo mundo “O que, você vai me dar só isso? Não dá para fazer nada. Me dá mais!”, a mãe, sem a menor vergonha pelo tom elevado da filha, respondeu mais alto ainda “Mas quando vai custar isso? Já está de bom tamanha cinquenta reais!”, “Eu não vou levar só isso, se você quiser eu te dou o troco, mas pode me dar mais!” afirmou a filha que, prontamente recebeu mais algumas notas da mãe. OI?!?!? O QUE!?!?
O que essas situações me mostram é que existe algo muito sério com as família de hoje. Não sei se falta educação, falta tempo, falta amor ou mesmo se sobra dinheiro. O que me preocupa não são as outras famílias, mas saber que os frutos dessas famílias podem estar estudando na mesma escola da minha filha e que, de certa maneira, irão influenciar minha filha. Infelizmente, todos os exemplos que vi são com meninas, mas poderiam ser meninos que viessem a namorar a minha filha e daí, como é que será que ele iria tratá-la, se fala assim com a mãe?!
Não quero me fazer de Deus, Freud ou qualquer outra pessoa e dizer que eu sou a certa, que eu sou a melhor, que eu sei, mas acredito de verdade que busco ser tudo isso! Procuro passar para minha filha valores de respeito, compreensão, compaixão, amor, solidariedade, dignidade, honestidade! Tenho muito medo de perder os poucos amigos que temos porque eles acham minha filha uma criança insuportável!
Acho que um blog sobre maternidade tem o poder de ir além dos sorteios e fotos dos frutinhos, é uma chance de desabafo e reflexão! Quantas vezes li posts que me fizeram realmente parar e pensar! Ontem mesmo li AQUI um texto no blog Balzaca Materna com o título “O que não entra na minha cozinha” e, tudo o que não entra na cozinha da Dani entra na minha! Lendo os comentários dela até me achei a pessoa mais podre do mundo, a que não se importa com uma boa alimentação, a que vai morrer de enfarte aos trinta e cinco anos, ter hipertensão e colesterol alto com trinta e diabetes tipo II aos trinta e três! Sério, foi chocante na hora … mas passou, até comprei uma barrinha de Laka para relaxar, mas é sério … me fez pensar!
E acho que esse é meu dever aqui como mamãe blogueira!