Esse será o meu quarto ano como mãe … como passou rápido! Ainda é muito nítido na minha mente o dia em que descobrimos (eu e minha mãe) que eu estava grávida! Um susto, uma adrenalina, uma angustia, um medo sem igual … mas taí algo que não tem como “consertar”, voltar atrás ou fingir que nada aconteceu! Sophia já estava ali, se preparando dia apos dia para preencher e dar significado para a nossas vidas.
Quando soubemos da gravidez, juro que achei que minha mãe me mataria, mataria o namorado e depois se mataria! Antes disso ela iria me bater, brigar, colocar de castigo e chorar dias e noites sem parar! Surpreendemente – para mim – ela não absolutamente nada disso, brigou porque eu havia mentido inúmeras vezes sobre ter uma vida sexualmente “ativa” com o namorado, mas embora pouco acreditem, eu jamais imaginava que estava grávida! O que eu ganharia adiando uma notícia como essa?! Por que eu iria querer expor a minha vida e a do meu filho?!? O que eu ganharia contando na hora que estivesse em trabalho de parto, correr para uma maternidade e não ter nenhuma roupa para o bebê, nenhum lugar adequado, nenhuma condição de cuidar de um recém nascido?! Sem falar as inúmeras vezes que fui questionada sobre um possível “golpe do baú”! OI!??!!? GOLPE DO QUE?!?!? Só se for do baú de ar, baú de sonhos, baú de esperança!
Sophia nasceu de parto cesariana, sem traumas nem sofrimento. Jamais me culpei, condenei o obstetra ou Deus pelo fato de ter recebido minha princesa assim. Graças a Deus tudo foi perfeito, a não sei um laudo maluco de icterícia que obrigou minha pequena princesa a tomar banho de luz, eu precisei ficar longe dela e o quarto da maternidade estava beirando os trinta e cinco graus e a temperatura externa quase nos quarenta! Sauna pura!!
Do hospital fomos para a casa dos meus pais, e ali eu vivi momentos que iam do céu ao inferno! Ali eu não sabia se ria ou chorava! A partir daquele momento eu teria uma vida para zelar. Não sabia se teria responsabilidade, não sabia se tinha condições emocionais para isso! Eu vivia num mundo “cor de rosa”, onde tudo era voltado para mim  minhas necessidades! Será que eu estava pronta para cuidar, educar, criar, zelar, criar um filho?!? Queria sumir, morrer, ir embora e só voltar dez, quinze, vinte anos depois.
Mas graças a Deus passou! Cresci, amadureci, compreendi que eu tinha recebido de Deus uma responsabilidade: SER MÃE!! Deus havia me escolhido para gerar a vida, havia me escolhido para ser mãe da princesa Sophia!
Só de lembrar meus olhos enchem de lágrima e tenho vontade sair correndo do meu trabalho, ir até a escola da Sophia, correr até sua salinha, pegá-la em meus braços e nunca mais soltá-la! Não sei como consegui viver vinte e um anos sem minha vida!
Enquanto eu morava com meus pais, o dia da mães sempre foi muito esperado por mim. Poucos foram os anos que pudemos presentear minha mãe com alguma coisa, mas nunca faltou  café da manhã! Minha irmã saia na noite anterior comprar tudo o que fosse do gosto da minha mãe e eu ficava responsável pela badeja do café! Cada uma fazia uma cartinha e assim acordávamos minha mãe.
Sabe que eu sonho com o dia em que Sophia fará isso para mim! Eu não espero o presente … eu só fico imaginando o dia em que ela irá preparar com o papis ou com um outro frutinho o café da manhã na cama da mamis! Viu, tô chorando já!
Ser mãe é o melhor presente do mundo! Não tem preço ouvir o frutinho falando “mamãe”, não tem o que explique aquele abraço apertado, não existe nada igual do que você falar “EU SOU MÃE”!
Que venha o domingo … que venha o dia treze de maio de dois mil e doze … que venha o dia das mães!