Eu sei, é um tema tabu! Alguns acham polêmico, outros preferem falar apenas entre quatro paredes e existem ainda os que tapam os olhos para ele, mas saibam … é hora de falar! Há tempos penso em falar sobre isso aqui no Mamãe de Salto, ficava me imaginando como abordar, como falar, como tratar, mas chega uma hora que não dá, é preciso abrir o coração, esquecer a vergonha e falar abertamente!
Quando nós, mulheres, somos crianças, brincamos muito de casinha (ou como eu chamava, de com a gente mesma). É ai que começamos nosso post. A gente tem lá pelos cinco, seis anos e começamos a nos imaginar com vinte e poucos anos, já casadas, com filhos (nossas bonecas), profissionais bem sucedidas e com uma vida próspera e realizada. Na maioria das vezes nosso mundo é todo feminino, somente meninas brincam e nossas bonecas lindas são sempre nossas filhas, princesinhas da mamãe.
O tempo vai passando e a adolescência chega; com ela as paqueras e as primeiras paixões. Corações com as iniciais do futuro e, quase sempre inexistente casal. Se tivermos muita sorte, conquistamos o coração do rapaz amado e o primeiro beijo enfim acontece!
Com o primeiro beijo surge o primeiro namorado e daí é que a coisa começa a esquentar. O amor é eterno, o homem da nossa vida e os planos para casar, ter filhos e ter aquela vida dos tempos de brincar de casinha. Um sonho sendo realizado!
Nem sempre tudo são flores na vida e quem sabe um rompimento. Choro, lágrimas e ranger de dentes. A vida acabou, uma vontade de morrer … até que um novo amor e um novo namoradinho aparecem. Novos tempos virão o sonho do futuro perfeito que parecia ter terminado junto com antigo namoro despertam com o novo amor.
Há algumas histórias que “terminam” por aí e seguem seu “felizes para sempre”, outros casos a batalha continua até que a tampa e a panela se encaixem e a vida em família comece a seguir! Namorar, casar, ter filhos e ser feliz …
Mas tá, e aonde entra o assunto sexo nessa história!?
AGORA!
Quando você, mulher, brincava de casinha, como você imaginava sua vida de gente grande?!? Alta, magra, linda, casada com um homem maravilhoso, com filhos lindos, estou certa ou errada?!?! Mas o que mais quero saber: qual o sexo dos seus filhos?!? Você pegava as bonecas e chamava elas do que: Natália, Sophia, Valentina …
Quando você começou a namorar seu primeiro namorado e começou a sonhar que iriam se casar e viver felizes para sempre, você sonhava em ter filhos?! Quantos?! Qual era o sexo das crianças!? Geralmente um casal, não é mesmo?!
Quando você se casa e começa a planejar engravidar, você continua com o sonho de ter meninos e meninas?!?
Quando você está grávida, até a descoberta do sexo do bebê você sonha e planeja ter menino ou menina, e mostra uma predileção por algum dos sexos ou dá aquele discurso “Estamos felizes com o que vier, amaremos do mesmo jeito!”?!?
Mas e se quando você engravida o resultado é menina … você confessa e afirma que preferia um menino?!? Aí está o “X” do meu post, nós, na maioria das vezes temos medo, vergonha de dizer que esperávamos ter um bebê menina quando estamos gravidas de meninos, por exemplo!
Aqui no consultório ouço muitas histórias, acho que daí que nasceu minha paixão pela psicologia! Cada um tem uma história … algumas são meio bobolinas, outras são de arrepiar os cabelos, mas todas nos ensinam muito!
Depois que engravidei, as mulheres que já eram mamães, começaram a falar mais sobre maternidade comigo. Já conversei com mulheres que afirmaram que não tinham a menor vontade de ser mãe, e que engravidou porque o marido muito quis; outra já me falou que não se sente 100% mãe porque não puderam fazer parto normal; mas já ouvi histórias de mamães que tiveram filhas meninas e depois meninos e, sussurrando confessaram que não queriam ser mães de meninas, e quando souberam da segunda gestação, aí sim pode dizer que amou estar gravida e ser mãe!
Minha reflexão de hoje é: porque será que escondemos isso?! Será pecado querer uma menina e estar grávida de menino, por exemplo?! Os pais podem gritar aos quatro ventos que querem meninos para jogar futebol, brincar de Leggo e jogar vídeo-game, mas nós, mamães não podemos dizer que queremos ser mamães apenas de meninos?!? Aí entra um sentimento que só existe na maternidade: mesmo desejando outro sexo, nós já amamos aquele frutinho que está no nosso ventre, e jamais nos culpamos ou o culpamos pela não realização desse desejo!
Quando descobri que estava grávida, eu não tive muito tempo para sonhar com sexo ou nomes, descobri numa quarta-feira a tarde, passei o resto daquele dia muito mal, no dia seguinte a ficha ainda não havia caído e no outro dia, eu descobri Sophia dentro de mim! Mas se posso confessar, nos tempos de namorado e planos do futuro, eu sempre me via mãe de um casal, primeiro um menino depois uma menina! Não foi assim que aconteceu!
Minha mãe também me queria menino, diz que fazia ecografias mensais com a esperança que o médico estivesse enganado … até peças do enxoval foram de meninos, porque ela tinha certeza de que eu era menino! Até hoje, tenho absoluta certeza da minha feminilidade, hahahaha!
Será que é feio, errado, pecado desejarmos o sexo do bebê e, quando nos vemos grávida do sexo oposto sentir aquela pequena pontinha de “chateação”?!?
Eu desejo muito que o próximo frutinho que um dia virá seja menino, embora papai já tenha planos com uma princesa, mas é pedir para Deus! Ainda que não existe como escolher o sexo do frutinho, somente muita oração e jejum, e mesmo assim, tem que ser segundo a vontade de Deus, mas podemos sonhar … afinal de contas, quer sonho mais delicioso do que sonhar com o sexo de um amor incondicional que existe e/ou existirá na sua vida?!