Sou o tipo de pessoa que não consegue ter uma infinidade de amigos, não consigo estar com dez, quinze, vinte pessoas … parece uma reunião em que muitos falam e poucos me ouvem. Resolvi me limitar a dois, três, cinco no máximo mas saber que estes são leais, fiéis e eternos.
Assim é minha amizade com a Luiza Garmendia, que apesar de várias brigas e temporadas sem nos falarmos, no fundo amávamos uma a outra e sabíamos que muito mais que amizade havia irmandade! Isso é tão verdade que ela foi a única a presenciar meu casamento no civil, é madrinha do mesmo e, se fosse batizar Sophia, com certeza estaria entre as pessoas mais importantes da celebração.
A Lu foi uma das maiores forças para o Mon Maternité nascer, e fiquei super emocionada quando ela criou seu blog e fez referencia a minha pessoa como incentivo para dar esse novo passo na vida dela. Eu tenho certeza que criar um blog é muito mais que prazer, é uma nova fase de vida, é preciso assumir a responsabilidade de que pessoas desconhecidas do mundo inteiro estarão de acompanhando, te observando, avaliando e seguindo!
Há quem diga que “Amigos amigos, Negócios a parte”. Posso descordar?! Pois é, sou da teoria que com respeito e admiração, qualquer sociedade entre amigos tem somente a crescer. Por isso estou aqui para apresentar a querida Luiza Garmendia, autora do blog Shakespeare de Batom, onde a gente aprende sobre beleza interior e exterior!


Para ler meu texto lá no Shakespeare de Batom, clica AQUI
Com vocês, minha amiga Luiza Garmendia!
Bem, escrevi o post abaixo ao estilo Mon Maternité, como um desabafo pessoal ao estilo que a Má sempre escreve para vocês. Depois, a Marcella irá escrever o seu post ao estilo Shakespeare de Batom para publicar no meu blog. Adorei a experiência de poder expor um pouco mais os pensamentos. Escrevo sobre a minha própria história e minha família, comentando sobre quem me influencia no mundo da arte e a fonte do meu amor pela moda. Vocês curtem a ideia? Vamos lá.
Desde a infância estive ligada ao mundo das artes. Era daquelas crianças que fazem praticamente todas as atividades extra curriculares. Piano, coral, pintura, ginástica olímpica, teatro, canto, ballet, sapateado. Hoje sou o tipo de adulta que está envolvida com várias coisas ao mesmo tempo. Acontece que, para mim, o cotidiano não tem graça. De que valem 24 horas se não houver pelo menos 3 minutos de música? Gosto muito quando discuto com os colegas sobre a função da arte. Um engenheiro tem uma bem definida: constrói um prédio onde irão morar muitas pessoas, por exemplo. Mas e a arte? Na peça VOZ! que escrevi e dirigi no ano passado, um personagem já refletia sobre:
“Não vejo muita coisa na arte, acho que tem tanta coisa mais produtiva para fazer, sabe? Para que serve a arte, afinal? Um quadro no museu não alimenta ninguém, uma peça de teatro não cura doenças.”
Não, essa não é a minha opinião, é apenas um questionamento. Na verdade, a arte alimenta a alma. A arte completa a vida. É assim para mim, desde sempre e para sempre.
Quando se falava em arte na minha casa, sempre era mencionado meu tio Danúbio, primo irmão do meu avó. Danúbio Gonçalves é artista plástico nascido em Bagé em 1925. Estudou com Cândido Portinari e esteve cercado por outros artistas, como Carlos Scliar e Iberê Camargo. Muitos dizem que sua obra não pode ser dissociada do engajamento político, defendendo uma arte regional e de cunho social. Enfim, tive o privilégio de crescer rodeada por seu trabalho, tanto pinturas como xilogravuras.

Inclusive esteve em cartaz este mês o documentário Danúbio, uma parceria entre o diretor de cinema Henrique de Freitas Lima e Danúbio Gonçalves. Mais informações, confere aqui ou aqui. Enquanto isso, assiste um video sobre o artista.
Como é rico poder crescer em uma casa onde a arte é valorizada.

Por outro lado, convivendo com as mulheres da família, a vaidade também era assunto recorrente. Minha mãe era chamada de Penélope Charmosa na escola e acredito que ela me via como seu projeto pessoal de moda. Lembro quando me obrigava a usar vestidos e eu odiava porque não podia correr com os meninos. Lembro também da agonia ao vestir (forçada) uma meia-calça ou um laço no cabelo. Tanto minha mãe fez que conseguiu, criou um monstrinho. Lá pelos quatorze anos virei a menina mais “perua” que você pode imaginar. Tudo era rosa, inclusive a parede do meu quarto que eu (muito criativa!) pintei e adicionei glitter. Você já viu uma parede com glitter? Eu tinha no meu quarto. Aos treze eu já sonhava com minha primeira bolsa Dior, desejo realizado anos depois na formatura da faculdade. Minha tia, irmã da minha mãe, trabalhava como jornalista de moda em Curitiba e também cresci nesse meio. Perambulava com ela por todos os eventos fashion da cidade como uma pequena aprendiz do Diabo Veste Prada. A tia que menciono é a Ana Clara Garmendia, jornalista de moda, uma das poucas no Brasil credenciada pela Câmara de Moda Francesa. Hoje em dia, ela colabora para a Vogue Brasil, Vogue.it, Style.com, entre outros, com seu trabalho de fotógrafa de streetsyle internacional. Conheça o trabalho dela no blog Moda Paris. Pode chamar de nepotismo, eu sou fã declarada da minha tia.

O que mais respeito e admiro no trabalho da Nana é sua maneira libertária de encarar a moda. Totalmente contra regras e conceitos pré-estabelecidos, ela nunca irá dizer a alguém que tal peça não se usa ou que baixinhas não podem usar certos tipos de saia. Pelo contrário, aos seus olhos levemente anarquistas, tudo é absolutamente “usável”, desde que respeite o seu jeito de agir individualmente. Levo essa visão comigo. Na moda e em todos os outros aspectos. Absolutamente tudo pode ser válido se fizer sentido para você; e se não prejudicar ninguém diga-se de passagem.
Essas são as minhas origens e possíveis explicações para o meu jeito de ser e de pensar o mundo. E você? Qual ensinamento de família carrega? Quem influencia ou influenciou você nas suas escolhas e na sua maneira de pensar?
E essa apresentação é apenas o início, o começo de uma parceria que será eterna, com muitas trocas de experiências e confidencias! E fiquem atentas, essa parceria também promete muita coisa maravilhosa! #ficaadica