Hoje o assunto será alimentação, mas fiquem tranquilas, não será mais um post sobre alimentação saudável, será um post sobre a minha relação com os alimentos e como passo para a Sophia.

Antes de qualquer relato, depoimento ou confissão, dou um tempo para você irem no jardim mais próximo e pegar algumas pedrinhas, afinal, vai que dá vontade de jogar uma em mim … então estou enrolando para dar tempo de você pagar umas duas, quem sabe três! Pegou?!? Posso continuar, ou melhor, começar?!?! Então, vamos lá!
Eu não tenho nenhum tipo de relação harmônica com o que podemos chamar de “alimentação saudável”! Sim, é verdade … eu não como fruta, verdura, legume, consequentemente não tomo suco e, refrigerante, sim, mas apenas os a base de cola e aqueles mais famosos, os outros não! Carne, como … mas tem que ser bovina; ah é, o frango, somente coxa e sobrecoxa, peito apenas desfiado no empadão, strogonoff e na pizza de frango com catupiry. Minha alimentação é muito simples: arroz, feijão, carne! Vivo feliz comendo isso todos os dias! NADA, absolutamente nada que é “chique” ou diferente do trivial eu gosto! E para piorar, tem que ser como eu quero … assim, eu gosto de batata frita, batatas coradas apenas cortadas pequeninas, tamanhos médios não rolam e, qualquer outro tipo não desce, mas se quiser piorar, basta me servir purê ou Madalena (aquele purê de batata com carne moída).
Agora não sei se tem haver com a falta de opção ou educação demais, dependendo do que você come e como você come também interferem no meu bem estar! Uma vez meu primo colocou inteiro um bombom daqueles coberto com chocolate e recheio de creme de amendoim e eu vomitei! Meu marido até tempos atrás duvidava dessa história e repetiu a façanha, quase chamei o huuuuuuuuuugo mais uma vez!
Se eu tenho problema de saúde!? Milagrosamente não! Minha mãe sempre dizia que “no dia que eu engravidasse iria ter grande complicações” e, na boa, não tive nada, então, hoje ela diz “até aqui o Senhor tem sustentado”. #oremos
Mas daí eu engravidei, uma série de exames tive que fazer e nenhum deu alterado, um milagre mesmo! Minha mãe fazia uns sucos com um monte de coisa para eu tomar, mas só desceu uma vez e, acho que nem ela gostou, afinal desistiu em uma semana.
Sophia nasceu e meu obstetra recomendou que eu parece com o chocolate e o refrigerante no período de amamentação. O refrigerante eu consegui, o doce eu diminui, mas desde a maternidade eu não tive muito leite e, em virtude de todo o emocional, hoje tenho certeza que naquele momento eu não entendi o significado da amamentação e acabei desistindo, por isso, desde os dois meses Sophia ficou apenas no leite artificial em pó, mas respeitei o tempo do leite, aos quase seis meses introduzimos as frutas, sucos, depois alimentação salgada e, com o tempo alimentação de “gente grande”.
Mas daí você pode pensar “e como fica a alimentação dessa criança”?!? Eu explico. Por necessidade eu optei em matricular a princesa numa escola particular desde os sete meses de vida e, essa foi uma das grandes bênçãos da minha vida! Lá ela tem uma alimentação extremamente saudável e, desde que Sophia começou a se alimentar, eu faço o possível para não passar para ela essa minha “carência” alimentar.
Aqui em casa tem frutas, suco … tudo o que ela desejar comer eu busco oferecer. Houve até uma situação engraçada mas que me deu um orgulho tão grande da minha princesa! Ela pediu suco de morango, eu disse que não tinha, mas que eu iria pegar refrigerante, ela então pediu suco de caju, eu disse que não tinha suco que depois iria comprar mas que eu pegaria refrigerante, daí ela pediu suco de uva e eu mais uma vez disse que não tinha nenhum suco, que depois a gente comprava mas que eu iria pegar um copo de refrigerante … ela parou, pensou e respondeu “então quero água mamãe”!
Quando Sophia completou dois anos, liberei todo o tipo de comida, excesso duas coisas: petit suisse e iogurte.
Agora, que você já jogou algumas pedrinhas, vou explicar o por que eu deixo minha filha comer tudo o que sente vontade.
Há dez anos minha tia estava grávida do seu primeiro filho, ela com trinta e poucos anos e meu tio passado os quarenta. O tão sonhado filho estava prestes a chegar e tudo foi feito com amor e carinho. Lembro-me que durante toda a minha vida meu tio questionava minha alimentação precária e anunciava aos quatro ventos que o filho dele (que ainda nem existia) JAMAIS iria ser como eu, que teria a melhor alimentação possível, que JAMAIS tomaria refrigerante e se pudesse, doce também seria extremamente controlado.
No dia dezesseis de abril de dois mil e três meu primo nasceu, lindo, grande, forte e muito saudável. Assim que chegaram em casa, em seu primeiro banho, um galão de vinte e litros de água mineral foram usados, sim … o primeiro e alguns muitos banhos do primeiro mês foram com água mineral. Amamentação em livre demanda e tudo o mais que uma família poderia de melhor oferecer.
Não tinha nem um ano quando deixou de usar fralda e, em pouco tempo já estava se alimentando como “gente grande”, porém não havia papinha, sopinha, arroz, feijão, carne que deixasse João Arthur mais feliz do que pipoca e salgadinho de milho. SIM … ele passava dias sem comer e, numa ida ao supermercado mostrou interesse por esse tipo de alimentos e era disso que ele vivia!
Prestes a completar três anos, minha tia e meu primo que são do interior do Paraná vieram passar uma semana em nossa casa e, posso garantir que nunca vi alguém comer tanto sorvete como ele naquela semana. Alguns poucos meses se passaram e meu primo queixava-se de muita sede, e sede de água gelada. Consequentemente urinava muitas e muitas vezes … não era normal. Uma consulta com o pediatra e alguns exames depois o diagnostico: aos dois anos e sete meses João Arthur era diabético tipo I. Realmente meu tio estava certo: ele JAMAIS iria tomar refrigerante e o doce seria extremamente controlado.
Hoje, por incrível que pareça, mesmo com a doença, a alimentação do meu primo é extremamente limitada. Não pela falta de opção, mas o gosto dele consegue ser infinitamente menor do que o meu! Ele não come arroz nem feijão. Carne apenas no churrasco. AMA refrigerante, mesmo precisando ser zero, era aconselhável que tomasse pouco por causa do sódio, mas não tem jeito, ele toma muito. Doce, ele prefere comer um pequenino pedaço de chocolate ao invés de um lanche farto de uma comida mais saudável.
E é por isso que deixo Sophia comer aquilo que ela sente vontade. Antes de engravidar, meu primo era um irmão mais novo, um filho de criação que tinha. Já deixei de fazer muitas coisas para viajar 600km de ônibus para passar dois dias com ele e, por ele acredito que Sophia tenha que ter o privilégio de comer tudo o que quer, óbvio que com moderação.
E na sua casa, como funciona a alimentação?! Existe restrição, tudo é liberado ou tem um “dia da porcaria”?! Quero saber!
Beijos, Má 



Ah … a imagem foi retirada da google, beleza?!?