Dias atrás foi a entrega de boletim da
gatoca, referente ao primeiro semestre deste ano. Quem me acompanha há algum
tempo já deve saber mas se você é nova por aqui vou explicar, desde os seis
meses de vida minha filha frequenta a escola.
Aos dois anos, matriculada no que
chamávamos de “nível dois” Sophia recebeu sua primeira avaliação e, para minha
surpresa ela recebeu B em alguns aspectos, até compartilhei a história toda *AQUI* e, um dos itens avaliados a
época que minha filha recebeu B, ou seja, aproveitamento
de nível bom
foi respeito aos limites estabelecidos (compreende e
executa ordens simples)
.
Nos ano seguinte a cada devolutiva era
uma stress, eu não vou negar que mal
durmo na noite anterior a reunião. É claro que sou o tipo de mãe que deseja
receber elogios sobre a educação do filho, mas tenho muito medo em não estar
educando bem minha filha, que ela seja uma criança mal educada, sem limites,
sem disciplina e vejo essas avaliações como uma forma de saber como estou
educando minha filha e como ela se comporta sem os pais por perto.
Graças a Deus este boletim foi o
primeiro do primeiro semestre que veio tudo A, mas o assunto do post de hoje não é para eu elogiar minha
filha e nosso modo de “educação”, mais de compartilhar algumas ideias e ideais.
Eu confesso que tenho muito medo das
pessoas olharem para minha filha e não desejarem estar com minha família pois a
“menina chata vem junto”. Dentro de casa sou rígida sim e cobro muita
disciplina, sou até muito severa, confesso que muitas vezes sei que poderia ser
mais flexível mas não consigo.
Dias atrás o Brasil recebeu uma notícia
que foi chocante e que gerou vários tipos de discussões: um menino de onze anos
teve o braço amputado na altura do ombro depois que foi mordido por um tigre num
zoológico de Cascavel/PR.
Eu já li/ouvi comentários do tipo:
– O pai que é um irresponsável por não
ter proibido o filho de atiçar o tigre;
– Coitado do menino, nem sabia o perigo
que estava correndo e o pai estava cuidado do outro filho de três anos, faltou
fiscalização, segurança;
– Aonde já se viu levar criança em
zoológico, animais são maltratados, vivem preso e atacam por estarem sofrendo
… fechem os zoológicos e soltem os animais;
– Aonde já se viu pessoas ficarem
filmando e não chamarem a atenção do menino, irresponsável que preferiu filmar
e postar na internet.
E por aí vão os comentários … posso
dar minha opinião?! Okay, vou dar: eu
não estranharia se minha filha com onze anos tivesse a mesma atitude deste
menino se quando eu recebi o boletim do nível dois eu tivesse enxergado aquele
B em respeito aos limites estabelecidos
(compreende e executa ordens simples)
como algo bom e achasse que era o
reflexo da sua personalidade forte e que era lindo ela crescer explorando,
questionando o mundo.
Eu assisti a várias entrevistas de
telejornais locais no dia do acidente e, é notório que quem estava visitando o
parque se indignou e se irritou com a atitude do menino que desrespeitou as
regras no zoológico e a falta de atitude do pai em repreender o filho. Pessoas
alegaram que chamaram sim a atenção do menino que não deu ouvidos. Agora vamos
bater um papo de mãe para mãe … se seu filho faz birra no shopping, qual a
sua reação se uma pessoa viesse repreender seu filho e corrigi-lo!? Com certeza
você iria sair xingando esta pessoa, porque onde
já se viu falar assim com meu filho
.
Então, por favor, não venha com esse papo de que ao invés de filmar tinha que
ter chamado a atenção. Faltou um vigia na guarita?! É, ele poderia estar lá,
mas o menino já estava descumprindo ordem e regras e seu pai nada fez.
Educação é um principio básico que deve
e tem obrigação de ser feito em casa. Professor não educa, policial não educa,
político não educa … pai, mãe, avós educam, o resto ensina.
O principio básico tanto do boletim da
minha filha quanto o menino no zoológico é uma questão de
obediência/desobediência. Uma lei natural da vida, tipo ação e reação. O menino que, até agora não sei o nome dele
desobedeceu ordens e regras e por isso teve como consequência um infeliz e
traumático acidente: perdeu seu braço direito inteiro.
Infelizmente o resultado final de uma
somatória de erros quem mais sofreu foi o menino que com pouca idade perdeu um
membro, e precisará se adaptar a um novo estilo de vida e as marcas serão para
sempre lembradas. O boletim do nível dois apenas eu me lembro daquele B, mas
três anos depois tive a benção de ver que pude mudar.
E você, como tem educado seus filhos?!
Você quer que eles tenham marcas eternas da sua omissão, da desobediência deles
ou dos limites que você impõe!?
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