Hoje o post será daqueles de roda de conversa, espero que os ânimos não se
exaltem e todas saiamos daqui felizes e amigas,
okay?!
Não é de hoje que tenho reparado em
algumas atitudes nossas, das mamães … e nem estou falando da blogosfera
materna não, estou falando do universo materno, real e virtual!
Tudo começou quando eu me tornei mãe,
lá em fevereiro de dois mil e nove. Dia sete, era um sábado de manhã …
estávamos no quarto da maternidade quando uma enfermeira me convidou para dar o
primeiro banho em minha filha e, se desejasse poderia furar sua orelha para
colocação do brinco, aceitei, aceitamos. Chegando no lugar estavam mais duas
mães fazendo o mesmo processo; olhei para todos os lados pois estava perdida,
não sabia o que estava fazendo direito quando umas mamães se aproximou e
perguntou “Nossa, pequenina ela, quais são as medidas dela?!” / “Nasceu com
cinquenta centímetros e quatro quilos quatrocentos e noventa e cinco gramas.” /
“A minha nasceu com cinquenta e um centímetros e quatro quilos e novecentas.”
… confesso à você que essa conversa está até hoje na minha cabeça pois eu sou
tão burra que não entendi aonde aquela mulher quis chegar … não havia
competição de bebê maior nem mais pesado nem sequer haviam perguntado esses
dados. A partir daquele momento esse tipo de conversa/competição só aumentou,
cresceu.
A cada passeio, sala de espera do
consultório do pediatra, troca de fralda no fraldário era uma verdadeira
olimpíadas maternas aonde os atletas/filhos disputavam a medalha de quem era
mais comprido, pesado, inteligente, desenvolvido, independente … quem fazia
mais xixi e cocô, quem mamava, comia dormia mais e melhor, engatinhava, andava
e nascia dentes com menor idade. Descobri que minha filha havia herdado minha
“preguiça”: perdia em quase todas as modalidades.

O tempo foi passando e a competição só
crescia e num determinado momento passou dos filhos para as mães, afinal não
basta ter filhos medalha de ouro, tem que ser super mãe! A
competição/comparação começa com quantos anos você engravidou e como, onde,
quando, com quem e por que! Depois vem quantos quilos engordou, tipo de parto,
recuperação e amamentação … em seguida como perdeu os quilos ganhos e com
quanto tempo e qual papel assumiu após o nascimento dos filhos: mãe tempo
integral ou mãe profissional. Ah, como pude esquecer: forma de criação dos
filhos e filosofias pedagógicas escolhidas … aff, cansei!
Dias atrás eu e gatoca fomos ao teatro
… estávamos felizes na filha para comprar ingressos e observei que a minha
volta a maioria dos público era formada por mães e seus filhos, geralmente
estavam em grupos de mães amigas e seus filhos. Comecei a reparar que havia um
esquema entre os grupos: uma mãe chegava mais cedo e conforme as demais iam
chegando recebiam funções: uma ficava cuidando das crianças, outra comprava os
suprimentos, uma ficava na fila para comprar os ingressos e outra na fila da
entrada do teatro … rapidez e agilidade é o nosso lema! Minha surpresa maior
foi na hora de sair do teatro, afinal não basta ser a primeira a entrar, tem
que sair antes para garantir as primeiras fotos com os personagens e para isso,
não se mede esforços “vai filho, vai passando por baixo” e assim você vê
crianças com características de animais rastejantes rumo a saída mais próxima.
Estou no universo dos blogs maternos há
três anos e consigo me surpreender com as atitudes das mães virtuais … antes
os blogs maternos eram apenas maternos, falavam de mãe para mãe; hoje são
classificados por segmentos: partos humanizados/partos cesáreo; amamentação
livre demanda/mamadeira e leite artificial; alimentação orgânica/alimentação
relaxada; ensino em casa/escola; homeopatia/alopatia …. e por aí vai!
O que me deixa assustada com essa
situação é que esse tipo de rixa materna é cheia de criticas negativas. A
mulher que decide voltar ao mercado de trabalho após o nascimento dos filhos
precisa criticar a mãe que opta por ficar em casa e criar/cuidar/educar filho
em casa. A mulher que tem parto humanizado em casa sem nenhum tipo de
intervenção médica precisa criticar a escolha mãe que não quis parto normal e
por isso fez uma cesariana. A mãe que deixa o filho comer o que quer quando
quer critica a mãe que prefere uma alimentar com produtos orgânicos e naturais.
Fico pensando qual o sentido em amar a
critica, estimular competição daquilo que não existe. Será que essas criticas
são ensinadas para seus filhos que também começarão a criticar tudo e todos
assim que for possível!? Acho que sim né!
Eu confesso que não me sinto bem com
essa história toda. Não gosto de julgar as escolhas das mamães … acredito
fielmente de cada uma faz aquilo que realmente acha melhor para seus filhos.
Desconheço uma mãe que tome uma decisão pensando que aquilo fará mal para seu
filho … tipo “não vou amamentar porque quero que ele seja um bebê doente” ou
“vou deixar meu filho comigo pois quero que ele seja inseguro” ou sei lá mais o
que!
Acho que podemos parar com essa
competição nada saudável, vamos ser amigas, solidárias … ouvir quando preciso,
opinar quando solicitada e ajudar quando for para agregar! Que tal, topa!?


Beijos e comenta,