Dias atrás
saímos para jantar, eu, gatoca e papis. Estamos numa fase ótima para sair em
família pois não precisamos mais carregar um milhão de coisas para entreter a
princesa antes, durante e/ou depois da refeição e sem falar que já se alimenta
conosco, ou seja, podemos ir numa pizzaria, lanchonete ou restaurante italiano
sem stress. Bom, vamos voltar à noite que saímos, fomos numa pizzaria que fica
dentro do shopping, então é muito comum vermos famílias que estavam passeando e
decidem jantar por ali, amigos que vão ao cinema e decidem comer pizza ou mesmo
casais que vão somente para jantar, isto é, se arrumam para ir à pizzaria do
shopping.
Eu não sei
você mas eu vou confessar um segredo: adoro imaginar o que as pessoas estão
fazendo, pensando e/ou conversando. Então observo demais tudo ao meu redor.
Sentamos na última mesa, aquelas que não tem cadeiras e sim sofás e eu estava
com um visão privilegiada do ambiente pois enxergava tudo e todos. Sophia
estava ao meu lado, ou seja, encostada na parede e eu no corredor.
Em determinado
momento fui dar aquela panorâmica “básica” pelo lugar quando percebi que
algumas mesas estavam olhando na minha direção, fiquei olhando se havia algo “errado”
comigo, meu marido ou mesmo nossa filha, mas não notei nenhuma coisa estranha
… até que um grito vindo da mesa na nossa frente me fez olhar para o mesmo
sentido que o restaurante inteiro!
Uma mesa
composta por três pessoas: homem, mulher e criança, acredito que fosse pai, mãe
e filho. Os pais com idade entre trinta à trinta e cinco anos e filho de nove.
O pai queria conversar mas a mãe estava muito ocupada com o celular e o filho,
ah o filho … a coisa menos irritante foi jogar um balão que o restaurante
oferece para as crianças pequenas mais ele de tanto ir ao estabelecimento já
sabia aonde ficava então entrou, abriu a gaveta e pegou uns dois, encheu um e
ficava jogando para o alto e dava umas cortadas no melhor estilo “Giba neles”
para as mesas do lugar.
Será que alguém
já olhou para minha mesa e questionou nossa maneira de ser/agir em família!?
Será que minha filha é vista como pelos outros?! Confesso que me questiono
demais sobre isso!
No mês passado
fui chamada pela orientadora pedagógica da escola da sofoca para uma conversa,
na verdade todos os pais foram. Durante a conversa compartilhei com ela meu
medo de não saber cuidar, educar minha filha e por isso muito o tipo de mãe que
mais repreende demais, sou critica e bastante exigente … morro de medo de ser
a mãe da criança que chama a atenção pela falta de educação/limites.
Uma coisa eu
preciso defender: o fato de hoje a mulher querer ser super faz com que ela não
consiga ter tempo para se dedicar com tanto afinco às coisas, afinal, ela tem
tanto para cuidar que chega um momento que precisa priorizar aquilo que será
seu ponto forte, como por exemplo: trabalho, casa, casamento, filhos, amigos.
Por é, aí entra aquela velha discussão sobre os rumos que nós, mulheres
queremos para nossa vida! Será que as mães de antigamente não eram melhores
porque cuidavam apenas da casa/família/filhos?! Porém ser escrava do lar depois
de anos de escola, estudo e obrigação em tirar sempre notas aulas não pode ser “jogado
fora” e merece que entremos para faculdade, mercado de trabalho e depois
conquistar um cargo elevado, respeito e salário a altura de tudo!
Sobre a
família do restaurante, depois que me assustei com o grito do menino que estava
brincando de lutinha ele contra ele mesmo e temer ser atacada com um balão
voador, graças a Deus já tínhamos terminado de jantar e fomos embora, mas
consegui ouvir uma discussão pois o pequeno furtou o smartphone da mãe para
jogar algum aplicativo e derrubou o aparelho no chão =/
Sinto que
falta dialogo entre as famílias hoje, quem sabe criar um grupo familiar no whatsapp para perguntar e compartilhar o
dia a dia, contar causos e ainda perguntar sobre o que desejam jantar … infelizmente
é para isso que temos caminhado.
Não é novidade
para ninguém que voltei a trabalhar quando minha filha era pequenina e optei
por matricula-la numa escola, consequentemente decidi, por exemplo, que o tempo
que tivesse com ela seria a maior e melhor tempo possível! Não, eu não faço
todas as vontade dela, pelo contrário, uma das minhas maiores “lutas” é mostrar
para ela que infelizmente o mundo não é nem será como a gente quer e não é
porque ela ira chorar e porque é criança que eu irei ceder. Se isso é ser uma
mãe cruel, então prazer, Cruela Devil! Ontem mesmo depois de tomada banho,
pijama e pronta para dormir veio uma super vontade de pintar com tinta …
óbvio que não deixei! Para tudo existem regras e principalmente horários, sem
falar que as estatísticas afirmam que Sophia + tinta guache + potinho com água
= nova decoração no quarto!
Eu vejo
amiguinhas da gatoca que pintam com mais amor e capricho e me questionei porque
minha filha insiste em transformar todo e qualquer desenho em um arco íris …
pois é, dias atrás ela apareceu com uma pintura sobre a Independência do Brasil
e o cavalo de Dom Pedro I na verdade era a Rainbow Dash!
Formar é
realmente uma tarefa difícil, tai algo que ninguém visa quando decidimos ou descobrimos
que estamos grávidas. Ficam focando em coisas passageiras como noites mal
dormidas ou cólicas … isso é tão passageiro! Eu não luto apenas para ter uma
filha inteligente ou educada, mas quero uma filha que tenha suas convicções,
que não seja uma líder ditadora ou uma liderada submissa, quero que Sophia seja
Sophia, uma menina que prefere judô a ballet e que descobriu depois que todo
mundo cansou que existe Frozen. Fujo
do “todo mundo tem” ou “ninguém gosta”.
E você como
forma, cria, ensina seus filhos!?

Beijos e
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