Olá mamães, tudo bom?! Espero que sim!!
Demorei algum tempo para conseguir
estruturar meus pensamentos soltos e traduzir em palavras.
Já faz um tempo que, de tão animadas
que estavam, ouvi a conversa de amigas durante o almoço, provavelmente elas
eram daquelas que passaram quatro anos juntas diariamente na faculdade e depois
que cada uma seguiu seu rumo decidiram que uma vez por semestre deveriam se
encontrar para compartilhar o conto de fadas que são suas vidas.
Em um determinado momento do bate papo,
uma delas pergunta sobre o bebê na outra que responde com muito ânimo #sqn
“está uma delícia, é um bebê calmo e tranquilo”; a amiga logo pergunta “dorme a
noite toda?” “nem sempre, o que está me matando pois daí eu não durmo também e
no outro dia quase não consigo ir para a academia … o problema é que agora
está na fase da papinha e isso eu não tenho paciência, acaba com as minhas
unhas, se eu for ficar fazendo esse tipo de coisa acabo com as minhas unhas, e
não tem como fazer unha duas vezes por semana, na hora do almoço fica corrido,
senão eu não almoço. Minha empregada que te feito ou compro daquelas prontas
mesmo” uma terceira amiga dá sua opinião de conhecedora do assunto “dizem que
não são tão ruins assim essas papinhas prontas, minha cunhada sempre deu para a
filha dela e ela era bem gordinha, se existe a tanto tempo, é porque não é
ruim, tem até dietas com essas papinhas!” logo o assunto tem interesse de todas
“ah é verdade, já ouvi dizer, mas acho que não teria coragem de comer isso, sei
lá”, e todas balançam a cabeça concordando com a amiga que realmente não deve
ser fácil come-las todos os dias, se bem que para perder uns três quilos a
gente faz o sacrifício.
A conversa teve outros vários tópicos
super interessantes, como o fato de que com criança não dá mais para sair para
jantar em restaurante porque não combina e que escola ainda é muito cedo para
um bebê, tadinho, então ela o deixa quando vai trabalho na casa da mãe ou da
sogra e busca a noite.
Ouvir essa conversa foi o start para eu começar a pensar sobre uma
situação que desde que fui mãe comecei a notar porém achava que era apenas uma
loucura da minha cabeça e acho que descobri que não … a diferença entre ser mãe e ter um filho.

ser mãe ou ter filhos ... eis a questão

ser mãe ou ter filhos ... eis a questão

Eu, por exemplo, sempre amei crianças.
Quando eu era adolescente adorava ser auxiliar nas salas de educação infantil
na igreja, quando meu primo nasceu, viajava quase todos os meses seiscentos
quilômetros só para vê-lo crescer, por muitas vezes o tratei como afilhado, outras
irmão e já até como filho. Quando engravidei da gatoca eu realmente não queria
nem desejava, afinal, naquele momento não era o meu foco, não era o que eu
podia porém eu sempre sonhei ser mãe.
Tenho uma pessoa muito próxima a mim
que gosta de criança enquanto ela sabe falar, andar, ir ao banheiro sozinha,
educada e cheirosa, gosta também de saber que a noite basta entregar para os
pais e se a caso tiver que cuidar a noite que seja após um dia tranquilo e que
amanhã seja sábado ou domingo pois, dormir sabendo que terá que acordar cedo e
trabalhar, aí é melhor dormir com os pais … ela ainda não percebeu pois ainda
não é mãe, mas sempre que perguntam sobre maternidade ela responde: meu sonho é
ter filhos.
Não é critica nenhuma, porém você
conseguiu sentir a diferença entre ser
mãe
e ter um filho?!
Todas amam seus filhos, sejam eles de
sangue e/ou coração, isso não se discute, porém até aonde você iria pelo seu
filho, ou melhor, qual o seu limite sendo mãe!? Trabalho há quatorze anos num
mesmo lugar e nesse tempo conheci muita gente e ouvi milhares de histórias, e
quando mulheres falam dos filhos, já ouvi verdadeiras declarações de amor ou
falarem os pequenos de “a menina” ou “o menino” e sempre acompanhado de “são
bonzinhos”. Uma certa vez, confesso que na hora achei fofo mais depois me
preocupou, uma avó trouxe a neta como companhia na consulta, durante um papo e
outro a menina comentou que odeia ficar em casa, adora mesmo é a casa da avó
“porque ela fica comigo” e quando perguntei o que faziam ela respondeu que
“assistindo Investigação Discovery”. Eu sei que a grande maioria dos netos
adora ficar na casa da avó, só que morando na mesma cidade a menina precisa
“morar” na vó e passar finais de semana com os pais!? Isso me intrigou!
Outra história que vivi no consultório
foi de um menino com nove ou dez anos que para início de conversa veio de
ônibus sozinho para a consulta. Respondendo a ficha de anamnese outra coisa que
chamou a atenção foi que pergunta “estado civil” ele disse “amante”, e quando
minha mãe perguntou por que ele havia respondido isso simplesmente falou “minha
mãe não é solteira nem casada, ela é amante”. Alguns anos depois, já mais velho
ele lamentou o fato de que a mãe só ficava na internet procurando homem e que
ele ficava sozinho o dia todo … essa com certeza teve filhos.
Conheci uma paciente que tentou por
anos engravidar, tantos tratamentos, várias fertilizações mal sucedidas,
decidiram então que iriam adotar. Durante o processo naturalmente eles
engravidaram, pensem num casal realizado?! Eram eles! Veio um filho lindo e
abençoado. Alguns meses se passaram e novamente engravidaram, desta vez uma
linda princesa que completou – por enquanto – a família que exala amor … essa
com certeza é mãe.
A opção de ter ou não filhos, se serão
de sangue ou coração é uma decisão da mulher, do casal e não vejo absolutamente
nada de errado nisso, pelo contrário, acho louvável você ser honesta e sincera
com você mesma, da mesma maneira que meu post
é apenas uma conversa sobre o rumo que nossas vidas estão tomando.
Você já assistiu aos vídeos do Porta dos Fundos?! Eu não sei você, mas
eu adoro, acompanho desde o início e um dos últimos vídeos postado por eles foi
uma coisa que me fez parar, pensar e decidir escrever esse texto … dá o play!


Será que nós, mulheres, não estamos
fazendo exatamente assim!? Postergando um sonho ou um desejo em prol de uma
série de situações que, muitas vezes são superficiais. Daí você me responde
“mais eu estudei tanto, batalho a tanto tempo por uma estabilidade profissional
e principalmente financeira, não tem como parar tudo por um filho agora”, e aí
você respondeu minha pergunta: você quer ter um filho.
Sinto que muitas mulheres pararam de
querer ser mãe para ter filhos. E volto a afirmar que isso não está totalmente
errado, cada um faz as suas escolhas, mas será que é justo com os filhos e com
você mesma ter um filho para delegar à empregada, babá, vovó e escola o
cuidado, carinho, educação porque cansou de ouvir a pergunta “e quando terão
filhos?!”. Será que não seria mais simples, honesto e gentil dizer: não
queremos!?
Eu digo que ser mãe é a melhor e maior
coisa do universo, não há felicidade maior do que ver um filho crescer e se
desenvolver, mas como dizem: se conselho fosse bom não era dado, era vendido,
essa é minha opinião.
Maternidade é um momento sublime, porém
precisa estar ciente e consciente das responsabilidades, afinal, você quer ter
filhos para “estar na moda”!?

Beijos e comenta,