Olá mamães, tudo bom?! Eu espero que
sim!
Pois é, o título deste post é, sem dúvida, uma das perguntas
que mais escutamos quando o assunto é a forma de educação e criação da Gatoca.
Até o ano passado, ou seja, enquanto a
pequena estava na educação infantil,
para “preencher” o tempo que Sophia ficava na escola, matriculamos ela em
várias atividades extra curriculares, então ela fazia natação, judô e ballet algumas vezes por semana.
Notávamos a cada nova fase, a cada nova etapa ou mesmo a cada apresentação que
com o tempo ela demostrava maior interesse maior por um esporte do que o outro,
mas como dizia estar feliz realizando todos, mantivemos sem nenhum problema.
Para este ano, ou seja, no primeiro ano
do ensino fundamental, tivemos que nos adaptar a novas normas da escola, e uma
delas foi precisar escolher entre judô ou ballet.
Pois é, não existe a possibilidade de fazer os dois, já que se tornou uma aula
do currículo e por isso é ministrada no mesmo horário. Coração da mamãe aqui
apertou.
A única coisa que estava certa é que
Sophia iria escolher qual atividade iria fazer, porém, eu e papis sugerimos que
ela fizesse judô, esporte que aparentemente ela tinha mais prazer e mais
desenvoltura. As amigas da sala TODAS optaram por ballet. Não vou mentir nem omitir, o preconceito era óbvio quando
conversado com algumas pessoas sobre nossa preferencia quanto ao judô … pois
é, frases como “mas ela é menina”, “tem que fazer coisas de meninas, judô é
para meninos”
ou ainda  “mas ballet vai torna-la mais feminina”
foram ouvidas e, graças à Deus eliminadas pelo outro ouvido. Sophia escolheu ballet.
Bom, a cada nova aula era um choro e
uma reclamação. A vontade era pular, gritar eu
já sabia
e correr para a escola e fazer a transferência, porém sabia que
precisava de todo um período de “transição”, afinal, sei que se faz importante
para a vida futura dela, hoje entender que nem tudo é tão fácil. Ela optou por ballet, havia um bimestre à ser cumprido
para poder ser avaliado … então precisei de algumas aulas de choro e
sofrimento, até para que minha filha tivesse certeza da decisão tomada.
Após o encerramento do bimestre, sentei
e conversei com ela e ficou nítido que ali não era seu lugar. Procurei a
coordenação e com o apoio da escola fiz a mudança de matéria … assim, Sophia
mudou de ballet para judô. Posso
dizer que a parte mais fácil foi essa, “difícil” foi ver mães de amigas questionar “mas a Sophia está no judô?!” como se aquilo fosse um péssimo
exemplo.
Minha filha é da turma dela a única
menina que não quis vestir tutu, sapatilha e meia calça, mas não a única garota
que trocou o mundo cor de rosa por quimono e faixa. À principio eu me preocupei
com o fato dela se sentir mal por só estar com meninos, ser a única garota e,
de certa maneira, se sentir fraca … e olha, eu me preocupei a toa. Depois de
três aulas de judô houve a oportunidade dela participar de um campeonato
municipal de judô e por iniciativa da Gatoca, ela quis ir.
Minha pequena faixa branca ponta cinza
começou envergonhada, da arquibancada conseguia ver que ela não queria nos
decepcionar, a cada movimento olhava para ver se aprovávamos seu desempenho, a
preocupação era tão grande que perdeu a primeira luta. Na segunda, estava mais
confiante e ippon, ganhou! Minha
pequena atleta subiu no segundo lugar do pódio com três aulas de judô … nosso
orgulho!
Não é fácil receber olhares tortos, mas
ver tantas meninas naquele campeonato me fez acreditar num futuro melhor, num
futuro de pais que hoje estão rompendo barreiras que nem precisavam existir
né!? Ainda é muito comum as pessoas questionarem o fato de uma menina fazer
judô e, mais do que isso, não quere fazer ballet,
como se isso fosse uma regra. Acho que estou no caminho certo da educação e
criação da minha pequenina.
Gatoca judoca ... blog Mamãe de Salto

Ah, e se você ficou curiosa, eu já
perguntei na escola e SIM, há pais que permitiram seus filhos trocarem o judô
pelo ballet e, posso confessar uma
coisa para você!? Meus olhos se encheram de lágrimas!
Beijos e comenta,