Mãe: [Do lat. mater, ‘mãe’.] Substantivo feminino. 1. Mulher, ou qualquer fêmea, que deu à luz um ou mais filhos. 2. Pessoa muito boa, dedicada, desvelada.

Maturidade: [Do lat. maturitate.] Substantivo feminino. 1. V. matureza (3). 2. Fisio. Estado em que há maturação (5). 3. Época desse desenvolvimento; idade madura. 4. Fig. Perfeição, excelência, primor. 5. Fig. Firmeza, precisão, exatidão.

Responsabilidade: [De responsável + -(i)dade, seg. o padrão erudito.) Substantivo feminino. 1. Qualidade ou condição de responsável.   

Assim que vi Sophia pela primeira vez, posso afirmar que três condições necessárias nasceram em mim: ser mãe, ter maturidade, ser e ter responsabilidade. Antes daquele momento único e sublime eu não podia sequer imaginar o que significavam esses três substantivos tão femininos que entravam na minha vida assim que Sophia saiu de dentro de mim.

De agora em diante eu tinha uma pequena vida que precisava de mim. Precisava da minha alegria, da minha felicidade, da minha serenidade, do meu coração batendo num ritmo contagiante para que ela se sentisse tão feliz quanto eu.

Sophia nasceu numa maternidade que o bebê fica o tempo todo com a mãe no quarto. Ao sair do centro cirúrgico, recebi em meus braços um bebezinho tão lindo, tão cheiroso, tão perfeito. A enfermeira colocou Sophia no meu colo para a primeira mamada e NADA. Sophia nem se mexeu. Eu olhei bem pra ela e ficava “Sophia, Sophia, filha, olha pra mamãe” e ela nem respirava, pensei: pronto, morreu! Eu gritei tanto, mas tanto. Daí surgiu uma enfermeira correndo, desesperada. Eu gritava: Moça, minha filha ta morta, olha só, ela nem ta mamando. A enfermeira olhou bem pra mim e respondeu “Mãe, ela só está dormindo. Os bebês nascem com uma reserva de alimento que pode durar até 24 horas, calma”. Ufa, que desespero. [Quer saber mais sobre isso, leia também reserva alimentar no bebê]

Quando fomos para o quarto, não tinha ninguém! Ficamos lá, sozinhas por uma meia hora, até que a tia Mariny entrou no quarto e chamou todas as nossas visitas. O pessoal do hospital colocou nossas visitas num quarto e nos hospedaram em outro.

A vovó Marly, o vovô Rene e a tia Renata estiveram o tempo todo conosco. A naná Ana (a avó paterna da Sophia não quer ser chamada de “vovó”, ela quer ser a “naná”), a bisa Nazareth e o biso Mussolini foram um pouco antes da Sophia nascer e ficaram um pouquinho, da mesma maneira que a titi Cláudia. A tita Mariny e minha prima Ana Carolina (a Goda) ficaram o tempo todo na maternidade. O tio João, o primo Fernando e sua namorada e o namorado da Goda, o Thiago, passaram pra nos visitar de tardinha. Amigos e pacientes da vovó e do vovô também foram conhecer a princesa Sophia.

A tarde de sexta-feira foi bem movimentada, mas a noite chegou e era hora da Família Gorducho ficar sozinha. Éhhhh, não foi fácil. Eu morrendo de sono e o Ramon morrendo de calor, Sophia acordou de madrugada chorando. A gente não sabia o que fazer. Tentei dar o peito, nada. O Ramon pegou no colo e só piorou. Chamamos a enfermeira. Ela entrou, pegou a Sophia e perguntou “já trocou a fralda?”, “não”. Era a fralda. Dormiu até umas sete horas, quando eu tentei dar o peito e, EBA!!!!!!! Sophia mamou pela primeira vez! Que delícia essa sensação de amamentar. Quando eram umas 9 horas a enfermeira nos chamou para que Sophia fosse tomar banho e furar as orelhinhas para a colocação dos brincos. Tudo certinho.

Uma preocupação do meu obstetra era em relação ao tipo sanguíneo. Meu fator Rh é negativo e o meu namorado é fator Rh positivo. Se Sophia tivesse o mesmo Rh do pai, meu corpo produziria um antígeno para combater esse corpo estranho que é o outro Rh, nessa primeira gestação não haveria nenhum problema, mas numa possível segunda gestação, o corpo já teria esse antígeno e agiria combatendo o embrião. [Quer saber mais sobre isso, acesse: Fator Rh mãe/bebê]. Mas Sophia tem o mesmo tipo sanguíneo que a mamãe, A-.

Como nem tudo são flores, quando o então pediatra da Sophia foi consultá-la à tarde, ele a diagnosticou com um início de icterícia, ou amarelão. Então recomendou que ela tomasse banho de luz. Meu Deus do céu, que desespero. Estudando depois, descobri que para o pouco grau de icterícia da Sophia não havia necessidade desse banho de luz (acho que esse foi um dos motivos que mudei de pediatra). Fui orientada a não ficar próxima dessa luz, então Sophia deveria ficar sozinha no berço, que coisa mais triste, vê-la tão pequena, tão indefesa, só de fraldas e com os olhos tampados, nunca chorei tanto em toda a minha vida. [Para saber mais sobre isso, acesse: Icterícia].

A noite passou, o trauma com o banho de luz diminui e era chegada a hora de irmos para casa. Eu estava me sentindo ótima. Mesmo lendo e ouvindo histórias de que no parto normal a recuperação era melhor e mais rápida, afirmo que minha recuperação foi fantástica. No mesmo dia em que fiz a cirurgia eu já estava andando, tomando banho sozinha e sem nenhum tipo de dor. Sophia estava linda para ir morar na casa da vovó por um tempinho. Foi um momento muito gostoso, afinal, estávamos prontos para começar uma nova etapa na nossa vida, uma vida a três, ops, na verdade seis: eu, Ramon, Sophia, vovó, vovô e tia Renata, todo mundo junto e feliz!