Minha contribuição para a blogagem coletiva #MaternidadeReal.
Em pouco tempo vivendo na blogosfera materna, já comecei a aprender e a me enturmar com as demais moradoras desse mundo virtual que é tão real. Uma dessas novidades é a blogagem coletiva, onde alguém propõe um tema e a gente faz um post sobre ele. Depois da blogagem coletiva sobre o racismo proposto pelo blog Desabafo de mãe, agora é do blog Vinhos, viagens e uma vida comum da Carol Passuelo que propôs um tema muito simples mas ao mesmo tempo bem importante e pouco discutido: Maternidade Real. Então, já que estamos num mesmo mundo, vamos dos dar as mãos e, ‘bora’ escrever!
Quando EU, Marcella Ruschel Stelle, decidi fazer um blog, o fiz com o intuito de ajudar pelo menos uma mãe que tivesse passando pelo o que eu passei: engravidar solteira, com 20 anos, vindo de uma família em que a idéia de gravidez solteira era algo completamente impensável! Não foi fácil. Acho que é por isso que a maioria dos meus posts são falando da minha realidade.
Num primeiro momento era racionalizar: e agora? As primeiras questões eram as mais básicas: como contar pro namorado e como ele reagirá? Moro com ele ou continuo na casa dos meus pais? Se eu morar com ele caso ou faço “test drive” antes? Ele mora com a mãe, e eu vou morar com a sogra? Como contar para a sogra? Isso tudo com uma gravidez de 4 meses! Descobri que estava grávida num teste de farmácia na quarta-feira e na sexta-feira já faço ultrasonografia indicando data prevista pro parto, peso, altura e sexo! Sem contar o som dolby digital 5.1 soundroud escutando o coração mais rápido do mundo! Deixava a bateria de qualquer escola de samba no chinelo!
Meu pai foi O caso aparte! Ele não me olhava. Se eu estava em casa de pijama e a barriga aparecia, meu pai virava a cara ao passar por mim. Com certeza foi um momento muito difícil. Graças a Deus, depois do revellion ele mudou completamente. Depois é claro, precisei ser questionada pela minha sogra o “porque eu engravidei” e “porque eu não tomava pílula”. Não me agüentei e precisei responder “e seu filho, porque não pergunta se ele usou camisinha?”. Foram períodos de stress absoluto em que você se pergunta “o que eu fiz da minha vida”. Ela saiu de casa para eu e Sophia morarmos com o Ramon. Por incrível que pareça, minha família (avós, tios e primos) reagiram muito bem a notícia, é claro que depois de me questionaram se eu não dei “o golpe da barriga”.
A gestação foi passando, e as coisas foram melhorando. Precisei parar a faculdade porque meus pais foram a grande base da minha gravidez. Eles me deram tudo! Desde o enxoval para a casa nova ao enxoval da Sophia. Aproveitamos que era verão e as peças de inverno estavam em promoção e comprávamos tamanhos maiores para usarmos no ano seguinte. E é assim até hoje, minha mãe é quem compra as roupas da minha princesa.
Sophia nasceu e as coisas só cresciam com ela. Eu pouco sabia de cuidados com recém-nascidos, mas ao mesmo tempo não queria sugestões, palpites ou qualquer outra ajuda vinda dos meus pais. Com os altos e baixos dos hormônios, fiquei muito chata. Passamos 40 dias morando com meus pais para daí eu ir morar com o Ramon. Aí que a vida ficou difícil. Acordar cedo, fazer almoço, limpar a casa, passar roupa, cuidar dos cachorros e ter olhos 24 horas para a Sophia. Nunca mais quero passar por aqueles momentos. Fomos assaltados e levaram tudo o que tínhamos de eletrônicos. Não gostava daquela casa! Até hoje ir lá me faz mal.
Com um mês de vida apareceu um hematoma na testa da Sophia que mais parecia uma batida. Desconfiei que alguém tivesse batido a cabeça dela numa porta. O pediatra diagnosticou: hemangioma, e nos explicou que sumiria com o tempo, mas se não diminuísse, seria necessário fazer sessões de radioterapia ou dar doses de corticóide. Oramos diariamente para que Deus fizesse o milagre na vida da nossa pequena Sophia. E Ele fez!
Ao longo do tempo eu só fui engordando, até chegar no peso em que me encontro hoje. No dia do meu casamento, não me reconheci nas fotos. Eu e minha mãe pensamos em marcar uma cirurgia bariátrica, mas ainda tenho chance de emagrecer. Hoje completou duas semanas comecei academia.
O primeiro ano da Sophia foi o mais difícil. A cada mesaniversário, fazíamos uma festinha para comemoramos que mais um mês havia terminado. Era tosse, febre, gripe, refluxo, …., tantas coisas que só fazendo festa mesmo para esquecer as dificuldade da maternidade.
Precisei trabalhar. Precisávamos de dinheiro e eu não suportava mais ficar em casa sem ver o mundo. Voltei pro consultório da minha mãe e hoje pago a escola com Sophia onde ela faz natação e ballet, já mobiliei a sala de casa com meu dinheiro e decidi revender Natura para ter uma graninha e ter minhas maquilagens.
Nossa, escrever esse texto me fez reviver momentos bons e não tão bons que vivi nesses mais de dois anos de maternidade. Acho que é isso que essa blogagem coletiva desperta na gente, uma espécie de lembrança da nossa vida antes de ser mãe e depois.
Não adianta escrever um texto sobre maternidade real e tentar omitir detalhes para podem ajudar as mães que querem e precisam de ajudas que só quem já passou pode dizer. Hoje afirmo que ser mãe da princesa da minha vida é a melhor coisa do mundo, mas muitas vezes eu me questionei “o que eu fiz da minha vida”. Hoje não me culpo, condeno ou sofro por isso. Hoje me alegro a cada segundo que vejo no meu pulso o nome Sophia tatuado, a prova de que tenho um amor maior que eu! Para sempre, seremos eu e ela! Isso nunca ninguém vai mudar!
Quero emagrecer porque minha filha merece o melhor de mim; Quero estudar e ter um diploma porque minha filha merece o melhor de mim; Me casei com o pai na minha filha e ficamos juntos quando não suportávamos nem mesmo a gente porque sabemos que Sophia merece o melhor da gente e assim é ser mãe, desejar e fazer pelos nossos filhos o melhor que podemos, porque eles são a geração eleita e Deus honra aquilo que fazemos.
Essa é minha história. Com erros e acertos porque a cada dia, quero ser melhor. Melhor mulher, menina, filha, irmã, esposa, amiga e principalmente, a melhor mãe no mundo real!
16 comments
Marcella, olá!!!!
Que história! Adorei saber mais sobre vc, e saiba que ser mãe é isso sim: acertar, errar, querer sempre o melhor e acima de tudo amar, amar incondicionalmente!
Um beijão!
Mirella.
Olá querida! Que sufoco né! Tb passei bons bucados! Olha que minha gestação foi programada, imagino suas angustias! Mas sabemos tb que o sorriso deles nos cativa.
Estamos juntas hein, pra tarefa emagrecer!Força na peruca!
Bjkas!
Realmente não foi fácil passar por tantas coisas, mas o que importa é que você tem uma família linda e unida!
Ser mãe não é fácil, mas é a mais linda e realizadora tarefa que Deus nos dá!
Parabéns pela sua família!
Ah! Também estou na luta para emagrecer!
Beijos!
Obrigada pela visita em meu blog!
Lívia.
Nossa Máh, deve ter sido barra passar por isso tão nova. EU me descabelei quando descobri que estava grávida, tá que a irresponsabilidade de não ter comprado a pílula foi minha, mas eu morri de medo da reação do meu marido, já tinhamos 4 anos de casados, mas parecia que eu o estava traindo,pois falava que não queria filho nem tão cedo, mas um descuido e pimba: Bryan Lucas, o melhor projeto , a melhor surpresa da minha vida chegou. Eu morria de vergonha de contar que estava grávida, minha colegas da faculdade me davam apoio ao invés de criticar, mas fui muito criticada pela minha mãe e sou até hoje, quando ela lembra fala que eu poderia ter me cuidado se realmente não queria engravidar, e essa é uma das coisas que eu não mudaria nem se pudesse voltar atras um milhão de vezes…aos 21 anos eu queria muito ter sido mãe e não conseguia engravidar…mas hoje olho pra tras e vejo que veio na melhor hora possivel, apesar dos medos de mãe de primeira viagem,que eu acho que todas tem,não importa a idade, eu fui aprendendo com erros e acertos, e hoje quando olho pro Bryan com quase 1 ano lembro de quando ele tinha uma semana de vida e eu achava que nós não iriamos sobreviver a tanta mudança, porque depois de ser mãe a vida mudou muito, mas pra melhor!!
Escrevi um puta comentário…rsrs
mas amei conhecer sua história.
bjos
Oi Marcella, obrigada por passar lá no meu cantinho… espero sua visita sempre e tb estarei sempre por aqui… bjus…
Oi Marcella,
Sua história é emocionante, tenho certeza que a Sophia tem e sempre terá mto orgulho de vcs.
Isso sim é maternidade real.
Vou postar tb
Passa lá depois
Bjus querida
Oi Marcella!
Prazer!
Claro que nenhuma mulher planeja que aconteça assim a maternidade assim né?
Admiro a luta de vcs para formar a familia já com a Sophia e lutar diariamente para mantê-la.
Parabéns a vocês!
Muita luz para essa familia e força.
Vou seguir seu blog.
Beijos!
Oi Má,
Vim agradecer seu comentário, sabia que eu tb sou fator negativo e tive que tomar a tal da injeção.
Mas que loucura hein ele trocar os exames!!!
A Eloise esta bem, graças a Deus, passou por uma crise horrivel de renite mas ja esta boazinha, amanha ela volta pra escola e a Sophia??
Bacana o seu post… sua força para manter a família é linda!
Obrigada por sua visitinha lá no meu blog!
Tá rolando sorteio por lá… um CD novo do Pato Fu, que gravou músicas ótimas com instrumentos de brinquedo. Ótimo para pais e filhos! Se quiser participar, boa sorte!
http://www.roteirobaby.com.br
oi flor, obrigada pela visita lá no blog, e que bom que gostou do meu testemunho e ver a obra de Deus em minha vida, Ele é mesmo maravilhoso!! adorei ler seu post, saber mais sobre vc. eu tb engravidei mto nova, com 19 anos, já não tinha minha mãe, e logo perdi meu pai tb… mas eu engravidei pq quis mesmo, mas depois aconteceram tantas coisas q tambem cheguei a pensar se havia feito a coisa certa. mas Deus sabe o que faz né? lutas, todos tem, mas o importante é que Jesus nos dá certeza da vitória!! beijos amada, boa sorte com a academia!!
Ola Marcela ,tuo bem?
cheguei ao seu blog atraves do blog da Kariny
Cheguei aqui e logo me encantei com as suas palavras tao sinceras!!
Quando li o seu post me identifiquei muito com a sua historia ,meu pai tambem sempre foi muito rigido ,e minha sogra igual a sua
Quando eu engravidei ela ficava brava e perguntava porque eu nao tomava pilula.
Mas pro filho ela nao falava nada rsrsrrs.
Gostei de ver tambem que vc e uma mulher de fe .pois voce creu na cura da sua baby e recebeu a bençao.
bjs ja estou te seguindo.
Oi Marcella.
Nossa, me emocionei com seu coment lá no meu blog, MUITO obrigada!
É um super prazer conhecer o seu cantinho aqui.
Ah então somos mães de So's?
Adoro.
Tbém vou te seguir, linkar e te acompanhar…
Super beijo!
Oi Marcella, que relato emocionante, que história de muita luta, não é querida? Fico feliz que vc tenha superado muita coisa e que hoje vc viva uma alegria enorme com a sua filhota e sua família. Isso é o mais importante: a família!
Que Deus lhe abençoe e lhe ajude a realizar muitos outros sonhos!
Obrigada pela visita lá no blog e pelo carinho, viu?
Voltarei mais vezes!!!
Bjos!
Marcella,
que coisa bacana isso: passar por dificuldades e ainda ter a generosidade de compartilhar para ajudar.
Também estou na blogagem: http://maeperfeita.wordpress.com/2011/04/08/os-perigos-de-ser-uma-mae-perfeita/
Beijos!
Marusia
Não preciso nem dizer que me identifiquei total com esse post!
Li vários blogs mas sem dúvida nenhuma o seu é meu preferido!!!
Parabéns você é uma vitoriosa!
Oi Má, amei o post! Você é uma grande mulher, um exemplo de força, determinação e grandeza no coração! Admiro como vc encara a maternidade e como vc soube torna-lá tão perfeita mesmo em circunstâncias tão difíceis ! Para mim a maternidade real não foi mais fácil que a sua, só foi diferente! No fundo a maternidade foi para mim cheia de expectativas que não consegui cumprir… Demorei a acreditar que a maternidade não se aprende em livros… Demorei a aceitar que meu filho não dormia, nem comia bem… Demorei a me redescobrir como mulher! Fiquei sufocada com minhas proprias cobranças, com minhas expectativas, com meus fracassos e inseguranças … por isso adoro falar sobre tudo que foi, não difícil, porque hoje não vejo por esse lado, mas diferente do que eu esperava! Parabéns pelo lindo depoimento! Bjs