Esse final de semana me deu várias vontades de escrever, mas como não tenho computador, as palavras iam e vinham, os temas surgiam e desapareciam. Até chegar o dia de hoje, no trabalho e ter um tempinho pra colocar no papel (oopps, na tela do computador) aquilo que realmente está no coração.

Pensei em vários temas para dividir com vocês, mas quando entreguei Sophia na escola hoje e vi um cartaz tem grande homenageando as mães (essa semana é especial para todas as mamães né), estava decidido, o post de hoje seria como aqueles filmes que lá pela terceira temporada se resolvem contar o início. Então hoje estreia: Sophia Begins.

Vocês se lembram aquela história bem triste da menina que foi feita refém pelo ex namorado, daí a amiga resolveu ficar junto na casa e o moço enlouqueceu e acabou atirando, matando a ex namorada e ferindo seriamente a amiga?!? Então, eu fiquei muito chocada com aquela história. Ficava pensando: imagine, a menina estava em casa fazendo trabalho da escola com uma amiga e uns amigos, daí aparece o ex-namorado, “seqüestra” ela e a amiga, os policiais não fazem nada (todos sabiam que era bem possível os policias colocarem algum tipo de sedação na alimentação para todos dormirem e estava todo mundo vivo hoje), e daí o cara mata quem ele tanto amava e quase mata a amiga que só queria ver essa historia terminar rapidamente e com final feliz. Nossa, passei muito tempo realmente chocada.

Tenho por costume orar antes de dormir. Conversar com Deus agradecendo o dia, por estar viva e fazer alguns pedidos, mas numa noite daquelas me lembro que conversei bem sério com Deus. Falei que queria algo novo na minha vida, que queria que Deus desse uma guinada, que mudasse ela em 360°, não, 360° é girar e voltar pro mesmo lugar, é mudar em 180°, fazer algo novo. Mas não queria uma guinada de morte, como a história da menina Eloá e da amiga dela, queria uma guinada de vida, de coisa boa!

Não preciso falar mais nada né!?? Na semana seguinte eu descobri que estava grávida.

Eu não sonhei ser mãe solteira. Jamais passou pela minha cabeça dar o famoso e frustrado “golpe da barriga”. Nunca esperava fazer um teste de farmácia e ver duas linhas cor de rosa após cinco eternos minutos numa tira imersa no seu xixi. Naquela quarta-feira, 12h30min aproximadamente, Deus respondeu minha oração: mudou minha vida, deu a guinada de 180° de vida.  “E tudo o que vocês pedirem em meu nome eu farei, a fim de que o Filho revele a natureza gloriosa do Pai. Eu farei qualquer coisa que vocês me pedirem em meu nome.” João 14:13-14

Daquela quarta-feira em diante em coloquei na minha cabeça que tentaria ao máximo não errar, porque acredito que existe algo chamado maldição hereditária e que, não quero que minha filha venha a colher aquilo que plantei de ruim.

Um “erro” já foi cometido: transar com meu namorado e desse ato nós engravidamos. Pronto. Agora é hora de consertar. Decidimos ficar juntos e não foi, nem está sendo fácil. Falta de maturidade, inexperiência, infantilidade foram os primeiros pontos que começaram a aparecer quando se tem uma responsabilidade e não se tem noção do que fazer. Depois vem a rotina do dia a dia e as finanças que antes eram com roupas, tecnologia, gasolina do carro e cinema. Não É fácil!

A pança foi crescendo e com isso, Sophia foi ganhando destaque nas nossas vidas. 
Precisava me cuidar. Não tive luxos de hidroginástica ou drenagens linfáticas, mas caminhei bastante com minha mãe. Não tive sling, mas meus pais foram para o Paraguay e trouxeram um canguru lindão. Não fiz curso de gestante, mas trabalhei até o dia em que Sophia nasceu (minha mãe teve que desmarcar o pacientes do dia 06 de fevereiro, e alguns não gostaram muito). Sophia nunca teve seu próprio quarto, nos primeiros dias dormiu na minha cama de solteiro, depois num cesto daqueles antigos e hoje dorme num berço desmontável. Por um ano suas roupas ficaram numa cômoda que era a única peça do quarto e no aniversário de um ano compramos o guarda-roupa. Não fiz chá de bebê porque não tenho um grande circulo de amizade que fossem suficientes para promover uma reunião, minha tia foi quem deu vários pacotões de fralda que duraram uns dois meses. Eu precisei sair da faculdade porque ou eu pagava a mensalidade ou comprava o enxoval pra minha nova casa e da minha filha (ninguém além dos meus pais deu nada para minha casa, não tinha prato, panela, talher ou copo).

Não foi fácil passar por um turbilhão de coisas quando se tem 20 anos. Minha preocupação era com as notas da faculdade, com o próximo eletrônico que eu iria comprar em 12 vezes ou que roupa eu ia comprar. Hoje eu nem ligo pra marca de roupa que uso, afinal, quando se está beeeem acima do peso o que importa é que sirva. Acho que precisei “engolir” muita coisa para estar aqui hoje, e tenho certeza que as frustrações, os medos e as incertezas foram me engordando ao longo do tempo. Daqui a pouco é hora de ir para a academia, se bem que esse blog é uma espécie de “academia dos sentimentos”, tiro alguns pesos que estão na cabeça, nos ombros e no coração e divido com quem tem perdido (ou ganhado) um pouquinho do seu tempo lendo minhas histórias. A vocês, obrigada por estarem aqui!

Nossa, quantas palavras, até agora o Word já contou 930. Será que a gente consegue colocar em palavras tudo aquilo que o coração está cheio!??

Essa é uma semana especial na vida das mamães. Na minha está sendo. Estou sonhando com um café na cama, não gosto de café, prefiro um “todão” (leite desnatado quentinho numa xícara beeem grande com toddy light) na cama com um abraço bem apertado. Ano passado veio com presente, uma bolsa e a lembrança da escola (um vaso com as mãos da Sophia). Será que esse ano terá presente?!? Se bem que existe maior e melhor presente que ser mãe!!