Não é novidade para quem vira e mexe visita esse meu cantinho tão amado, que quando o criei, além de achar que seria a única no mundo a ter essa brilhante idéia de montar um blog sobre maternidade, desejava compartilhar minha história e poder ajudar apenas UMA ÚNICA PESSOA que pudesse passar por algo semelhante ao que aconteceu comigo.
Sei que minha história não é tããão anormal assim, e que um dos maiores “problemas” da sociedade, se assim posso chamar, é a gravidez entre adolescentes. Estar com vinte anos não é mais tão adolescente assim, mas me viam como uma. Eu fazia faculdade particular de jornalismo, o que não é um curso tão barato assim, tinha um namorado há anos mas era apenas um namorado, ele também fazia uma faculdade particular de engenharia mecânica e tinha como forma de sustento renda de aluguéis de imóveis que o pai e avô paterno deixaram de herança. Era mais uma mesada do que uma forma de sobrevivência.
Quando me vi grávida, me vi no meio de uma situação que nunca havia sequer imaginado. Eu nunca tive uma amiga grávida. Eu tive contato com bebês uma vez na vida, na gravidez da minha tia. Eu não desejei ser mãe, via como algo super natural. E mais, tinha planos (na verdade eram sonhos) muito certos: me formaria, o Ramon também, a gente casaria uns dois anos após a formatura dele, daí teríamos um apartamento no Ecoville (bairro nobre de Curitiba), cada um com ser carro, ele trabalhando numa grande empresa ganhando muito dinheiro, eu trabalhando por amor a profissão, quando chegássemos aos 27/28 anos engravidaríamos e teríamos uma família super feliz. Ah, eu teria uma empregada e uma babá, para cuidar do frutinho no passeio ao shopping e enquanto eu estiver fora de casa trabalhando. O que foi?? Minha mãe sempre me disse que sonhar não custa nada, e meu pai sempre falou que o máximo que pode acontecer é ele (no caso meu sonho) dizer não.
E nada disso aconteceu. Eu disse NADA! Eu não pude concluir meus estudos, precisei optar em pagar a faculdade ou pagar meu enxoval e da Sophia; o Ramon não se formou, precisou trancar o curso porque não tinha como sobreviver com a mesada; não nos casamos; fomos morar na casa que era dele com a mãe, que “optou” por sair da casa, mas o acordo era ela sair em dezembro de 2008, ela saiu em abril de 2009, dois meses após o nascimento da Sophia; eu não tive carro, e o do Ramon que era o sonho da vida dele, precisamos vender para comprar um carro velho; não tive empregada nem diarista, muito menos babá. Essa foi a minha vida nos primeiros anos da vida de mãe. Posso assegurar que foram os piores anos da minha vida. Não quero justificar, mas engoli tanta coisa que fui engordando sem notar. Cheguei aos 100kg facilmente.
Não é fácil, nem digo que está sendo me despir nesse texto. Reviver aquilo que vivo, em muitos momentos é doloroso, é difícil, é cruel. Nunca esperei fazer isso com a minha vida; fazer disso a minha vida. Mas eu cresci, fui forte, fui além daquilo que eu imaginava que conseguiria fazer.
Gerei uma pequena e maravilhosa vida dentro de mim. Quantas mulheres sonham com isso e Deus me deu esse privilégio, sem eu nem querer. A cada ecografia, ter certeza da perfeição da minha filha era uma benção. Saber que os remédios que tomei para emagrecer durante a gravidez, quando ainda não sabia que estava grávida em nada afetaram o seu desenvolvimento. Lembrar da aula de vale-tudo que fiz também grávida, fazer mais de mil abdominais das mais diferentes formas e ela ficar ali, quietinha, se protegendo, só me faz crer que existe um Deus que sabe todas as coisas.
Hoje, posso dizer que estou começando a colher um pouquinho de muita coisa que sei que plantei na vida. Hoje, o site do programa Papo de Mãe , que posso sem exageros dizer que é referencia em programa sobre maternidade (e porque não paternidade), publicou o texto da minha história. Quer maior benção do que ver o seu esforço, o seu sonho, aquilo que você deseja se tornar realidade!?! Hoje posso dizer que um sonho meu se tornou realidade, ver minha história ajudando UMA ÚNICA PESSOA!
Mais uma vez, obrigada por cada pessoa que lê meus textos. Obrigada a cada pessoa que já entrou aqui nesse cantinho que é feito com muito amor. Obrigada a cada pessoa que segue o blog. Obrigada a cada pessoa que comenta o texto, significa que leram minhas palavras e um pouco de mim. Obrigada a cada pessoa que participa de sorteio. Obrigada a cada pessoa que acredita na minha história e faz parceria com o blog. Obrigada mãe, pai, tatá (minha irmã) e Ramon por agüentarem eu falar tanto de “blogosfera materna”, “blogar”, “parceria”, “amigas”, “blogs” e tantas outras coisas que envolvem a blogosfera. Obrigada Sophia, por ensinar a mamãe o que é ser mamãe; ser paciente; ser mamãe polvo (como a  Paty escreveu no blog dela); obrigada por ser o Woody e a mamãe Buzz, ser a Buu e a mamãe o Sully  , ser a EVA e a mamãe o Wall-E, ser a Sally e a mamãe o Relâmpago McQueen, ser a Fiona e a mamãe a Shrek; obrigada minha filha por fazer meu sonho hoje ser realidade!!! 

“Casa da Sophia”

Sempre juntas!!!