Bom, como estou sozinha no consultório, passo hoooras na internet, fico tanto tempo que tem horas que nem sei mais o que pesquisar ou acessar. Daí, fecho todas as páginas e abro tudo novamente, até vir uma luz. E não é que essa luz apareceu agorinha. Você sabia que 24 de agosto é dia da infância. Alguém sabia disso?! Eu não sabia! Sabia só do dia das crianças, mas da infância essa é novidade. Porem uma novidade boa, porque deu idéias para um post.
Eu não fui uma criança que teve aqueeeela infância contada nos livros. Já não pude brincar na rua, já morava em “cidade grande”, em apartamento e ficava bem feliz de ir no parquinho do prédio. Se bem que mesmo se pudesse brincar na rua, ninguém ia me querer, eu era muuuito “pata choca”. Eu era sempre “café com leite” nas brincadeiras mais ousadas, tipo esconde-esconde, gato mia, e ninguém queria jogar comigo bets, ou porque eu caía ou era lerda demais para correr. Então eu sempre gostei de brincar sozinha, assim ninguém me xingava.
Eu sempre brinquei de Barbie, daquelas que ficava hoooras montando a casa e quando ia brincar, cansava. Adorava escolinha, sempre era a professora, tipo a professora Helena. O que, você não sabe quem é professora Helena!??! Meus gibis da Turma da Mônica serviam de cadernos dos alunos, que não existiam. Muito suspeito isso né!? Mas não, eu não tive amigos imaginários nem “via” alguém, eu simplesmente falava sozinha. Adorava brincar de lojinha, pegava as roupas da minha irmã e ficava “vendendo” para ninguém. E assim foi minha infância!
Posso dizer que era muito feliz. Nunca me faltou nada. Nunca me faltou estudo, comida, nem idéias para brincar. Não tive coleção de Barbies, mas tive cinco ao longo da vida que me fizeram muito feliz. Eu não tive a “Casa da Barbie”, mas inventei que com duas fitas VHS se faz um sofá bem grande. Ganhei num Natal o “Jeep da Barbie”, e chorei incontrolavelmente de emoção. Sempre quis ter jogos, daqueles tipo “Detetive”, “Banco Imobiliário”, “Cara a Cara”. Ganhei um “Jogo da Vida” quando fiz 14 anos. Tive ele até esses dias atrás, quando fui girar a roleta e quebrei.
Quero muito passar esse tipo de valor para a Sophia. Entendo e acho muito legal toda essa tecnologia, afinal, ela desenvolve partes do cérebro que eu demorei demais para ativar, hoje Sophia mexe no meu celular (que é um smartphone) muito melhor que minha mãe, que na verdade, não sabe mexer. Vejo meu primo de oito (ou será nove) anos que tem 3 video-games, um mini-game e acesso ao notebook com internet wireless. Mas acho que ele nunca viu alguém jogar bets. E para quem já jogou sabe como é gostoso.
Sei que o mundo é outro e não tem como brincar na rua. As meninas vão ao shopping sozinha com as amigas com dez, onze, doze anos. Cada uma com seu smartphone, bolsa cara e roupas super estilosas. Na “minha época”, festa de quinze anos já era o presente, se viesse acompanhada de uma viajem para Disney era a realização do sonho. Hoje, a festa de quinze anos é obrigação, a viagem para Disney é feita até os dez anos, senão é mico e o implante de silicone ou plástica no nariz é antes de entrar na faculdade. Será que isso mesmo é infância!?!?
Não quero ser A que critica, A revoltada, A retro … longe disso, só penso: será que é isso que quero para minha filha hoje!?? Serei sincera, quem sabe se eu não tivesse engravidado nova, namorando e passado por tantos perrengues seria a continuação dessa geração “alienada”, afinal de contas, eu era. Minha preocupação era minha roupa, meu óculos, minha maquilagem, minha imagem. Já falei aqui no blog que gastava mais de R$100,00 por mês em revistas de moda. Sabia todas as tendências, todas as coleções, o In e o Out da moda. E hoje me pergunto: pra que?!?! Fez alguma diferença na minha vida!??! Não!! Quer dizer, até fez, me fez gastar um dinheiro que está no lixo, afinal, o que vou fazer com uma revista que fala que na primavera a moda é floral, se nessa primavera, três anos depois a moda é psicodélica!?! Não estou dizendo que gostar de moda é errado, longe disso, continuo adorando, mas eu não tinha responsabilidade. E a maternidade me fez mudar muitos valores. Até sobre o que é infância!
Pois isso venho aqui hoje dar parabéns aqueles que se sujam de terra, que se lambuzam de brigadeiro, que derrama sorvete na roupa, que escolhe se anda só nos quadrados brancos ou pretos do chão no shopping ou se não pode pisar na linha, que param num canal de desenho de vez em quando para relembrar a infância e dizer “nooossa, como eu gostava de assistir isso!!”. Parabéns a gente! E que possamos passar esses bons momentos para nossos frutinhos.
Que coisa mais fofa!!! |
Acho que tem alguma coisa parecida …. |
6 comments
Oi Marcella, adorei o post…
Estava pensando nisso hj, que valores quero passar pra minha filha…
A algum tempo atras estava em um shopping e passaram por mim duas menininhas, deviam ter no maximo 13anos, toda maquiada, com bolsa e falando no celular, e fiquei imaginando, mas e a infância… É isso hj em dia???
Quero muito que a Clara tenha uma infância como a minha, de brincar de esconde-esconde, cabra-cega, pega-pega, banco imobiliario, de carrinho(q eu adorava apesar de ser menina)rs…
Enfim, uma infância para relembrar e sentir saudades!!!
Bjus…
Oi Má,
Que linda vc pequenininha!! owwwww guti guti, a Sophia lembra bem vc sim!!! Lindissimas!!
Eu tb gostava mais de brincar sozinha, de professora Helena então nem se fale, e claro de médica e vendedora era o que mais gostava. Como morava no interiorzãooooooo, brincava muito na rua, que delicia!!!Que saudade!!
Adorei o post
Super Bjo
Hahahahahha eu também sempre fui a pata choca!! Sempre caía e no colégio, nas aulas de educação física ninguém nunca me queria no time porque eu era uma negação em quase todas brincadeiras. Mas tudo bem, cresci sem traumas! hahahah
Também me preocupo com a evolução dos dias de hoje, o mundo está muito tecnológico e as crianças estão acompanhando tudo, muito mais rápido que a gente.. Não acho errado deixar elas terem contato com a tecnologia, mas acho que cabe a nós mães, apresentar essas brincadeiras da nossa infância, tenho certeza que quando brincarem de escolinha, lojinha, casinha vão adorar! Assim como você eu também brinquei muito na infância e por isso me diverti muito! Acho que segredo para fazer as crianças não passarem desapercebidos pela infância é estar sempre acompanhando o filho de "perto" e mostrando pra ele que não é só o video-game e o computador que são divertidos.
(super me empolguei no tamanho do comentário..)
Beijos, amiga linda!
Marcella concordo com você em gênero, número e grau. A infância perdeu seu conceito. As crianças não sabem mais o que é brincar, cair, machucar, sujar.
Como era gostoso quando minha mãe deixava eu ir um pouquinho na rua andar de bicicleta. Como eu gostava de brincar de secretária, sempre fui aluna… Nunca gostei de ser professora…kkk
Infância foi o que tivemos: brincar de amarelinha, pega-pega, esconde-esconde, queimada, pular corda, e mais os outros que você citou.
Quero ensinar minha Laura os verdaeiros valores da infância. Que ela não seja uma criança bitolada em computador e videogame.
Ah… Que linda sua história, acabei de ler no papo de mãe. Parabéns!!
Beijos
Carol
Nossa Ma, que post lindo, me fez refletir sobre a minha infância sabe, fui uma criança muito feliz, mesmo com todas as proibições dos meus pais de não brincar na rua, ou na casa das zámigas…rs, e mesmo não tendo meu tão sonhado carro e casa da barbie, vivi plenamente e curti a minha época!
e a Soso é sua cópia, muito igual
bjos
Má, você esqueceu de mencionar que, quando não bricava sozinha, brincava de loja de cds, loja de carro, a MitCar, e até de posto de gasolina com a calculadora colada na parede para fingir que é a bomba!
Senti muita saudades lendo o post.
E pode deixar que se depender da tia Lu a Sophia vai brincar de tudo isso. Afinal, a MitCar é a praticamente uma herança para a Sophia.