Minha infância não foi das maaaais abastecidas de brinquedos. Tive apenas uma boneca, quatro Barbie, um jogo de tabuleiro. Precisei inventar muito, e graças a Deus, minha imaginação era muito fértil, fazia do nada uma brincadeira cheia de aventuras. Não precisava de nada nem de ninguém.
Sophia com 2 anos e quase 9 meses tem mais brinquedo do que eu tive durante toda a minha vida. Só nesse último dia das crianças bastava para ganhar essa “competição”, e olha que eu pedi para não darmos muitas coisas, mas vai falar isso para a vovó!
Sophia deve ter umas seis bonecas, daquelas tipo “Meu Bebê”, e nunca havia demonstrado qualquer tipo de interesse pelo brinquedo, não até semana passada, quando ela encontrou uma boneca super moderna e cheia de acessórios que uma prima minha deu à ela no início do ano. 
Estou aqui como mãe, mãe consciente que descobriu um mundo a parte depois da maternidade. Mães, pais, tios, tias, vovós, vovôs, madrinhas, padrinhos e afins … NÃO comprem essa boneca!
Meu objetivo era filmar a boneca em ação, mas além de doente, minha princesa Sophia achou que a boneca estava suja e decidiu dar uma banho bem quentinho e, de hipocondríaca, a boneca saiu do banho nova versão “Chucky, Brinquedo Assassino”.
A boneca é doente, e vem cheia de acessórios, como remédio, colher, termômetro e uma caixinha com lencinho. Até aí tudo bem, que bonitinha! Quando a colher do remédio é aproximada a sua boquinha ela fala … e fala a seguinte frase “Não, não, não … eca, é ruim!” … OI?!?! HÃ?!?! O QUE VOCÊ FALOU?!?! Sim …. a boneca fala a seguinte frase quando aproximamos a colher com “remédio” “Não, não, não, não mesmo, é ruim!”
Ou seja, a bonequinha linda e delicada incentiva as nossas princesinhas (isento os meninos porque não acredito que eles brinquem com essa bonequinha xuxu) a RECUSAREM a tomar remédios para melhorarem quando infelizmente ficam doentinhas!
Dei uma investigada na internet no valor dessa “amiguinha” das nossa princesas e ela custa em torno de R$150,00!
Não sou de reclamar, nem de criticar … mas precisava vir aqui e falar isso! Acho extremamente preocupante nós, mães e pais zelosos, oferecermos um brinquedo a nossos frutinhos que vai contra aquilo que pregamos.
Que tal começarmos, em alguns momentos, a optar por aqueles brinquedos de madeira, mais lúdicos, mais educativos que, em geral, custam tão pouco (ou bem menos que 150 reais) e que, nos auxiliam com o desenvolvimento e progresso dos nossos filhos. Não estou levantando bandeira de “Abaixo Brinquedos com Pilha” ou “Acabe o consumismo”, não, longe de mim! Só gostaria de mostrar que nem sempre o interativo é tão melhor que o educativo! Um quebra-cabeça, por exemplo, simples e modesto, com certeza desenvolve milhões de vezes mais do que uma boneca que se mostra contrária a ação de tomar um remédio para sarar de uma enfermidade!
#ficaadica