Se você encontrar meu pai e pedir para ele contar uma das piores cenas que ela já viu na vida dele, com certeza ele irá citar o dia em que eu, Sophia e ele fomos até a enfermaria da maternidade, dois dias após o nascimento da princesa fazer o teste do pezinho.
Lembro- me muitíssimo bem quando a enfermeira, a mesma que deu o primeiro banho na minha princesa entrou no meu quarto e pediu para que Sophia fosse até a enfermaria com algum responsável para realizar o teste do pezinho. Como estávamos eu e meus pais, me pai me acompanhou, até por curiosidade. A enfermeira me ensinou como deveria segurar Sophia na colo, deixar os pezinhos livres e ser forte, mas estava tão “fora da casinha” que nem parei para entender o que aquele ser forte poderia significar, quem sabe segurar o bebê bem firme, no máximo.
Enquanto a enfermeira ia se preparando, meu pai começou a conversar, dizer que na época que eu e minha irmã nascemos ele não se lembrava desse tipo de exame, querendo mais informações sobre o porque desse exame quando a enfermeira segurou um pezinho da princesa, furou e apertou! Naquele momento vi apenas meu pai branco, com vontade de matar a enfermeira e sem conseguir respirar. Quando virei o rosto para trás, vi a enfermeira apertando o pé mais lindo e perfeito do mundo para sair sangue o suficiente para completar umas bolinhas desenhadas num pedaço de papel.
Foi completamente desesperador! Sophia chorou durante todo o exame, foi a enfermeira soltar seu pezinho, ela silenciou o ambiente e eu e meu pai voltamos a respirar. Lembro que quando terminou a enfermeira falou “Ainda bem que os bebês não se lembram de mim, seria odiada por todos!”. Ela tem que agradecer que eu não lembro a cara dela, porque eu a odiei.
Mas você sabe porque existe o teste do pezinho?!?
Popularmente conhecido como teste do pezinho ou triagem neonatal, o Teste de Guthrie tem como objetivo o diagnostico precoce de doenças metabólicas, genéticas e infecciosa, como fenilcetonúria, hipotireoidismo e fibrose cística e geralmente realizado a partir do terceiro dia de vida do recém nascido, geralmente antes da alta da mamãe e do bebê, mas pode ser realizado após essa data.
O teste do pezinho é obrigatório por lei em todo o Brasil, mas infelizmente não é assim que acontece. Caso a maternidade não ofereça o teste, é possível fazer em postos de saúde e hospitais.
O resultado demora uns trinta dias. Não se preocupe se for chamada para refazer o teste, as vezes a coleta do sangue não foi como desejado, para comparar com o primeiro exame ou se realizado antes das primeiras 48horas de vida do bebê.
Ah, nem sempre o teste do pezinho é feito no calcanhar do recém nascido, alguns lugares fazem a coleta do sangue no braço.
Fenilcetonúria
Distúrbio genético no qual um dos aminoácidos presentes no leite pode prejudicar a saúde do bebê causando retardo mental grave.
Galactosemia
A galactose presente no leite causa, nas crianças com galactosemia, um quadro grave marcado por catarata, convulsões e diarréia.
Hipotireidismo
A falta do hormônio produzido na glândula tireóide causa deficiência mental e retardo de crescimento.
Hiperplasia Adrenal
Distúrbio no metabolismo que pode levar à desidratação aguda e na menina, a masculinização dos órgãos genitais.
Fibrose Cística
Doença genética que causa problemas respiratórios e gastrointestinais crônicos.
Toxoplasmose
Infecção adquirida pela gestante que, se transmitida ao feto, pode causar microcefalia, lesões oculares entre outros.
G6PD
A deficiência de Glicose-6-Fosfato Desidrogenase é a enzimopatia mais comum podendo apresentar grave icterícia neonatal (“amarelão”) ou anemia hemolítica (ruptura dos glóbulos vermelhos)
Rubéola
Infecção viral transmitida pela mãe ao feto que pode causar deficiência mental, retardo no crescimento, deficiência auditiva, defeitos cardíacos, catarata, lesões ósseas e outros problemas.
Anemia Falciforme
As hemoglobinopatias são doenças causadas por anormalidades na estrutura molecular ou na produção da hemoglobina “S”. Crianças com hemoglobina anormal são altamente suscetíveis à anemia e infecções.
E vocês, como reagiram no teste do pezinho do seu frutinho?! Compartilha sua experiência com a gente!
6 comments
Verdade é cena é der dar medo e dó…tadinhos, o Arthur teve q fazer o teste duas vezes pq a primeira foi colhido errado…quase morri…
bjsss
Ai Marcella, vou te falar viu? Odeio o teste de pezinho! É uma judiação! Bem que poderiam inventar outro jeito.
Meu marido e eu levamos o Álvaro pra o teste. Ele não quis segurar, morre de medo, não quis nem assistir o parto, rs. Fica pálido quando vê sangue.
Tá. Eu segurei. Mas ele chorava tanto quando ela apertava. E ela apertava e nunca que preenchia aquelas benditas bolinhas. Eu tava com raiva dela. Com dó do meu Pititico. Ele fez cocô de tanta dor. Não gosto de lembra.
Mas muito importante falar sobre isso.
Beijo!
Marcella, qd lembro da agulha entrando no pé dele, me dá um gelado no corpo. Eu qs desmaiei e queria ter batido na enfermeira. Por mais que saibamos quie faça bem, dói muito no coração ver esta cena.
BJs
http://matheusmeucoracao.blogspot.com.br
Parabéens !
Por postar coisas importantes para mamaes e futuras mamaes.
Corajoso seu pai. Dá dó de ver essas coisas, mas ainda bem que temos esses exames para nos ajudar a saber o que temos que fazer em caso de haver doeça. Bj
Embora a fibrose cística não tenha cura, com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado o paciente pode ter uma vida normal, ativa e produtiva.
O Teste do Pezinho ou do Teste do Suor são os exames utilizados para se fazer o diagnóstico da fibrose cística. Além disso, também é possível realizar um exame de DNA, com cunho mais preventivo.
Para ter melhores resultados, o tratamento da fibrose cística deve ter uma abordagem multidisciplinar, e compreender desde o tratamento medicamentoso, nutrição específica e fisioterapia.