Quando eu descobri que estava grávida,
não sabia o que estava incluído no “pacote maternidade”. No primeiro momento
confesso que minha ingenuidade me permitiu pensar apenas nas dificuldades da
maternidade como noites mal dormidas ou mesmo em claro, cólicas, choro, seio
rachado.
Como minha gravidez foi muito rápida,
hoje eu posso afirmar que durante os quatro meses e pouco de gestação eu não
aceitei o fato de que seria mãe, eu tinha vergonha daquela situação e apenas
desejava que aquela barriga sumisse para que ninguém questionasse como aquilo
havia acontecido. Acho que já comentei em alguns posts o fato de que devo ter no máximo dez fotos minha grávida, eu
odiava me olhar e ver meu “erro”. Sim, eu via a gestação como um erro.
Sophia nasceu e minhas aventuras e
desventuras estavam começando. Até os primeiros três meses eu realmente só vi e
vivi as dificuldades da maternidade, mas junto com ela tive que aprender além
de ser mãe, ser esposa, companheira, dona de casa … tudo foi muito rápido,
confuso, difícil e complicado, nada daquilo era bom, bonito nem agradável!
Prestes a completar sete meses minha
mãe pediu para que eu voltasse a trabalhar com ela e eu aceitei pois não estava
feliz com aquela nova vida: viver vinte horas dentro de uma casa lavando,
passando, limpando, cuidando e quatro horas na casa da minha mãe enquanto o
papis estava na faculdade, então decidi que iria voltar a minha “velha” vida e
trabalhar com minha mãe e matricular Sophia numa escola. Se eu estava certa ou
errada eu até hoje não sei, apenas entendo que foi o melhor naquele momento.
Gatoca completou um, dois, três anos
… com o passar do tempo fui aprendendo a atender a maternidade e a esquecer
que ela vinha apenas com dificuldades e problemas, ela tinha seu lado mágico,
incrível, abençoado! Depois veio o quarto e hoje estamos no quinto ano desse
elo que só cresce e que eu consigo apenas enxergar as maravilhas do #sermãe!
Não consigo ver nem viver problemas e dificuldades pois hoje entendo que não as
tenho.
Há poucos dias celebramos o dia das mães e vivi uma situação muito
confusa e conflitante … enquanto eu celebrava a vida da minha filha e benção
de ser mãe, minha prima que tem a mesma idade que eu estava parindo seu segundo
filho, um filho que infelizmente faleceu com vinte e nove semanas de gestação.
Enquanto muitas vezes que culpei pela
cesariana feita como forma de nascimento da minha filha que veio saudável,
perfeita e sem nenhum tipo de complicação tanto para ela como para mim, minha
prima por uma série de complicações precisou passar por um parto normal sem
nenhum tipo de anestesia para receber seu filho morto … isso mexeu comigo,
mexeu saber que ela viveu aquela tal “dores fantásticas e incríveis do parto”
ou aquela “ocitocina pura” para receber seu filho morto. Estou em choque ainda.
Hoje afirmo com toda certeza e amor que
sou sim mãe, simplesmente mãe … sou apenas a melhor mãe que minha Sophia poderia
ter! Não sou maior nem melhor que ninguém, minha forma de gestação, parto,
criação, educação, formação não são mais importantes nem melhores que as
outras.
Agradeço a Deus pelo presente que Ele
me deu, o presente de ser mãe da minha Sophia.
Espero que seu dia das mães tenha sido
abençoado, cheio de amor, beijos, carinho e presentes, afinal, a gente merece
né?!
Beijos e comenta,