Olá mamães, tudo bom!? Espero que sim!!
Se você é mulher e está planejando ter
o primeiro filho, quero te dar um conselho de amiga: quando nasce uma mãe,
nasce uma competidora. Sim sim sim amiguinhas, eu não sei se são os hormônios
ou o fato de saber que em breve você será responsável pela vida de um ser
humano, mas tornar-se mãe significa entrar num octógono mais perigoso que de
UFC.
Vamos imaginar que Bruce Buffer irá apresentar as mamães lutadoras: “Ladies and gentlemen we are live … de
um lado, a mamãe A, engravidou aos vinte e seis anos, seis meses após o
casamento, sem planejamento algum, foi uma surpresa. Trabalha num escritório há
pouco mais de um ano como secretária e está com medo de contar para a chefe e
ela a dispensar após a licença maternidade. O pai da criança está desempregado
e a casa alugada na periferia da cidade é pequena e por algum tempo o berço irá
ficar no quarto dos pais. A avó materna disse que cuida da criança para que a
mãe continue a trabalhar e a avó paterna diz que foi irresponsabilidade da moça
que não tomava pílula anticoncepcional, o vovô paterno só pede que seja menino
para levar ao jogo de futebol e a tia já exigiu ser a madrinha; Do outro lado a
Mamãe Z, engravidou após sete anos de casamento, tudo devidamente planejado,
programado e calculado. Após alcançar um cargo de chefia numa multinacional,
Mamãe Z fez especialização, MBA e planejou o mestrado para logo após o
nascimento da criança. O pai, um empresário de sucesso ficou feliz com a
notícia e planeja viajar enquanto o médico liberar para aproveitar todo o tempo
possível da vida a dois. As avós parabenizaram via FaceTime e Mamãe Z não
perdeu tempo em agendar pilates, drenagem e sessões de ioga, a decoração do
quarto será feita por um excelente escritório de decoração, enxoval comprado
fora do Brasil e a equipe de auxiliares já está sendo montada.” .
Desculpe se pareceu novela das nove
demais para você, mas sinto em informar que assim como Avenida Brasil, O Clone e Império,
no a apresentação da “luta” acima é baseada em fatos reais. Essas histórias por
mais antagônicas que pareçam, se cruzam numa emergência de hospital pediátrico,
por exemplo. Aqui no consultório já ouvi tanta coisa assim, sai uma história,
entra outra.
A maternidade tem a incrível capacidade
de transformar a mulher numa competidora, e isso infelizmente parece nascer
junto com a notícia do “você vai ser mãe”. O que antes era apenas a curiosidade
de saber se irá engravidar, muda a partir do momento que você descobre que esta
grávida, ou melhor, que sua “amiga” está e você ainda não.
Perguntas do tipo “quantos quilos você
engordou” já são feitas pensando que notoriamente a outra ganhou mais do que
você e isso é motivo de alegria e satisfação pessoal, né não!? Desculpe a
sinceridade, mas qual o prazer de saber que você engordou menos que outra
pessoa!? Para mim isso é a maior loucura do universo.
Outra pergunta que ainda não consegui
entender é na maternidade, onde, no corredor, mães gostam de perguntar para as
outras “você fez cesária!?”, se a pergunta for essa pode ter certeza que ela
fez parto normal e vai se envaidecer na hora que você falar “nossa que
corajosa”. Sério mesmo, isso é normal!? Parece que é motivo de receber honras e
méritos passar horas em trabalho de parto. Não, não é critica ao parto normal
não, é uma critica a quem acha que isso faz dela maior e melhor.
Depois vem a clássica pergunta “você
está amamentando!?” e mais uma vez se você responder com uma negativa, será o
prazer da mamãe que dirá que está e é mágico, tipo assim “você então jamais
saberá o que é mágico” e pode apostar que se você responder “sim, estou”, a
frase “eu também” virá em tom baixo e até meio triste, afinal, ela não obteve o
sucesso desejado: ser melhor que você.
Sala de espera de pediatra é um inferno
… a mãe da criança que anda, fala, saiu das fraldas, come tudo e dorme a
noite inteira sempre irá puxar papo com a mãe da criança que não faz
absolutamente nada disso, e olha que eles terão a mesma idade.
Eu preciso desabafar uma coisa com
vocês: eu sou a mãe que você não quer copiar! Engravidei solteira e descobri a
gestação com quase cinco meses, minha filha nasceu de parto cesáreo e eu não
tive leite o suficiente para oferecer à ela. Minha pequena foi para a escola
com seis meses de vida e lá ficava em período integral pois eu tinha que
trabalhar com a minha mãe que não conseguiu se adaptar com secretária. Sim, eu
era daquelas mães que levavam filha com febre para a escola pois não tinha avó
para ficar com ela. Chupou chupeta, mama na mamadeira e usou fralda
descartável. Andou tarde, falou mais tarde ainda, desfraldou com quase três
anos e com mais de três deixou a chupeta. Tem um dente extra numerário que por
decisão particular não quero extrair ainda, tinha problema na fala até os seis
anos e dorme na cama comigo e com o papis. Eu ainda trabalho fora, ela ainda
continua em período integral na escola. Quando chegamos em casa, eu tenho que
cuidar de uma casa pois não tenho nenhum tipo de colaboração e eu mesma tenho
que limpar banheiro, passar e lavar roupa, arrumar quarto, cozinhar, …

O blog é minha maior fonte de
relaxamento, e é por isso que eu não desisto dele, acho que se eu não desabafar
aqui eu piro. As vezes, na verdade muitas vezes, “invejo” as mamães que tem o
privilégio de cuidar da casa e dos filhos, quando me comparo com mamães
blogueiras, essa espécie de “inveja” aumenta cem vezes, afinal, meu tempo para
escrever é aquele que sobra, ou seja, quando estou cansada de fazer todas as
obrigações de “super mulher”.
Nunca ouvi alguém falar que a
maternidade é mamão com açúcar, nunca li nenhum texto aonde a mulher fala que
após o nascimento dos filhos tudo ficou mais tranquilo, então, por que essa
vontade de ser mãe!? Porque até hoje não existe nada mais incrível do que ser
mãe! O amor incondicional que nasce com a maternidade é indescritível … antes
de sermos mães, a gente é viva, após a maternidade a gente vive!
Ai ai, relaxei! Precisava desabafar,
compartilhei meus devaneios de uma mãe que não entende como mães competem e conseguem
ensinar igualdade para seus filho. Fingir que não viu você e sua filha na fila
e passam na frente para chegar antes é tão mesquinho, tão triste, tão normal!
Acho que chegou a hora de parar e
pensar que nossa forma de ser como mães é o exemplo de vida que queremos dar
aos nossos filhos. Infelizmente já vejo as crianças competindo pelo desenho
mais bonito, quem lê mais e melhor ou quem viajou para Disney. Isso está certo
mesmo!?
Menos competição e mais igualdade,
podemos combinar de viver assim!?
#EuSouAMãeQueVocêNãoQuerCopiar!
Beijos e comenta,