Há algum tempo venho pensando em escrever um texto com esse título, daí uma amiga anônima me postou um comentário pedindo que eu falasse da sensação da barriga crescendo, então, creio que Deus me deu essa oportunidade agora.
Quando eu estava grávida, mas ainda não sabia, eu comecei a engordar da mesma maneira que todas as pessoas engordam quando exageram na alimentação nada saudável. Eu descobri que estava grávida numa quarta-feira na hora do almoço; nesse momento eu estava com uma calça jeans da ‘Cavalera’. Na quinta-feira quando fui me vestir para ir à faculdade, a calça não fechava mais, minha barriga que antes era lateral, se tornou frontal em 12 horas! Tive que ir ao shopping fazer compra de roupa na hora!
A cada dia, minha barriga crescia um pouco. A barriga vai ficando bem dura e parece que a pele fica beeeeeeem fina. Me sentia muito estranha quando ia tomar banho, porque a gente vai tirando a roupa e fica só a barriga. Aliás, o banho era um dos momentos mais gostosos do meu dia como grávida. Era um momento meu com a Sophia (até hoje o banho é um momento único entre eu e Sophia); era a hora de respirar fundo, fazer massagem e olhar as mudanças do corpo: o seio aumenta (meu namorado diz que eu tinha que ter fotografado meu seio e levar para um cirurgião plástico pedindo “quero desse tamanho”); o quadril deu uma leve aumentada e minha bunda ficou ENORME! Grande e dura. Agora a pança… era muito estranha.
A gente que tem facilidade de engordar se “acostuma” com aquela pancinha maior e com gordurinhas. Agora quando estamos grávidas, a barriga cresce bem para frente, não cai e é dura. O caminhar fica lento e a respiração fica ofegante. O sentido espacial é afetado; se tentarmos andar sobre uma linha retilínea não conseguimos.
Sophia tinha alguns horários bem específicos para se mexer. Diariamente, às três da tarde e na hora da novela das nove era certeza que ela iria se manifestar. Depois de se virar, nadar e dançar, ela se alongava e deixava seus lindos pezinhos embaixo da minha costela. Ui que dor! Eu tinha que fazer vários movimentos para que Sophia tirasse seus pés dali. Em todas as ecografias, ela estava dormindo.
Não tive azia, enjôo, náusea, dores de cabeça nem cãibras, graças a Deus. Estrias. Bem, no último mês de gestação Sophia conseguiu crescer uns três centímetros, o que me deram algumas estrias sim, mas não estou preocupada com elas. Não as amo nem as odeio, só preferia que elas não tivessem aparecido. Na gestação eu não engordei muito, pelos meus cálculos foram uns 15kg, meu problema veio depois. Meu metabolismo simplesmente parou de funcionar e engordei depois que Sophia nasceu. Isso sim me deixa chateada. Pretendo voltar ao corpo antigo esse ano.
Sophia dentro de mim era uma coisa tão encantadora porque eu sabia que era outra pessoa, outra vida, tão independente, mas que ao mesmo tempo era dependente de mim. Deu para entender? Ver, sentir e acompanhar o crescimento diário da minha barriga era a certeza de que o desenvolvimento da Sophia estava perfeito. A cada exame, a cada visita ao obstetra era a felicidade de ver que eu estava fazendo tudo direitinho e que a cada segundo meu lado “mãe” crescia. Como disse a nossa amiga Marianna, “na hora do nascimento nasce com a criança uma mãe.”.
Depois que Sophia nasceu muitas foram às vezes que senti saudade da minha pançona. Quando vejo uma grávida desfilando sua marcha anserina penso na minha caminhada. Mas é só saudade.
2 comments
Obrigada por atender meu pedido!!! Adorei o texto, acho que quando tiver um filho vou estar muito mais calma a respeito. Quero acompanhar as proximas ediçoes do teu blog…
Oh, a casa da Sophia!
Mamá, o blog está lindo porque tem muito coração. Amo os seus textos!