Alguém já conseguiu entender, aceitar ou esquecer àquela triste história da escola em Realengo, Rio de Janeiro, na quinta-feira (07/04) da semana passada? Eu não. Não somente porque ainda é manchete de muita notícia e a cada dia se descobre alguma coisa sobre o planejamento do moço, mas é claro que como mãe a gente se coloca no lugar daquelas mães que perderam seus filhos tão pequenos serem cruelmente mortos dentro de uma escola, onde queriam ter um futuro bom.
Como quero fazer psicologia, confesso que sem ter a mínima noção de como funciona o psique humano, eu tento analisar (nunca julgar) as atitudes das pessoas. E se a gente quiser entender o que se passou na mente daquele moço, a gente precisa analisar questões básicas: ele tinha uma mãe com problemas mentais que doou ele quando bebê para adoção (pelo que entendi, só ele foi para adoção) e morou com pais que já tinham filhos. Devia ser muito amado pela mãe adotiva, ou somente via nela um referencial de porto seguro.
Só isso já é motivo suficiente para explicar os momentos insanos dele (explica, mas não justifica).
Não estou aqui julgando quem adota e quem doa seu filho, não é isso, mas não podemos fugir de uma coisa que se chama hereditariedade e com ela, vem junto uma maldição hereditária. Como será que não foi o período gestacional daquela mãe que doou seu filho. Se doou somente ele foi porque não O queria.  
Porque estou escrevendo sobre isso hoje? Porque ontem foi dia do desarmamento infantil. Quando foi criado o estatuto do desarmamento em 2004, criou-se também o dia do desarmamento infantil, que tenta mostrar a muitos pais que armas não são brinquedos, incita o lado ruim do seu filho, e nesse dia é capaz de trocar armas por brinquedos de verdade, aquele que faz seu filho crescer e se desenvolver. Não achei nada aqui em Curitiba, mas em São Paulo, termina hoje a semana do desarmamento infantil, onde a Polícia Militar junto com o Instituto Sou da Paz conseguiram “Em 4 dias de campanha conseguimos recolher 2.913 armas de brinquedo e de 3.258 DVDs de filmes e jogos violentos e certamente conscientizamos centenas de adultos sobre os o perigos das armas de fogo.”.
Nós, mães da blogosfera materna, que tanto tentamos compartilhar experiencias, crescimento e aprender com as dificuldades que outras já passaram, devemos nos juntar mais uma vez e cuidar da mente dos nossos frutinhos. Cuidar do que damos de exemplo e o que esperamos para o futuro deles. Não sou a melhor mãe do mundo, mas quero muito que os adultos da geração da minha Sophia sejam como tento cuidar dela, não quero que o amigo da escola leve uma arma do pai e atire; não quero que exista bulling ou qualquer tipo de descrimição por haver pré-conceitos já formados. Quero que minha filha tenha uma geração preocupada com valores famíliares e não finaceiros; que se preocupem com o desmatamento de verdade, não apenas nos livros; que a internet aproxime as pessoas, não as exclua.
Meu pai é saudoso de um filme bem velhinho, de 1976 para ser mais exata. Chama-se Bugsy Malone, um musical interpretado somente pro crianças, que conta a história dos gângsters, e para combater o crime, as crianças usavam armas que disparavam bolos ao invés de tiros.
Que tal a gente usar dessa idéia e “adoçar” a vida dos nossos frutinhos dando bons exemplos, dando aquilo que há de bom no mundo, como uma tarde de brincairas, uma volta no parque com direito a piquinique, um banho junto com a mamãe e o papai cheio de espuma e muito amor. Quer melhor arma do que essa para termos um futuro melhor?!