Mesmo antes de ser mãe, sempre adorei programas com temáticas familiares (se tivesse TV a cabo viveria assistindo Home&Health), tipo Troca de Esposas, Adolescentes Rebeldes e até Pequenas Misses! Agora o campeão com certeza é Supernanny, até o do SBT eu já assisti e confesso, aprendi muita coisa, porque ali você aprende o que fazer e o que nunca se deve fazer!

Para vocês entenderem o final da história, preciso contar um detalhe! Há algumas semanas eu mudei todo o quarto da Sophia, troquei guarda-roupa, cômoda e cama de lugar. Decidimos (eu e papai) que Sophia já poderia ter televisão no seu quarto, a gente não agüentava mais ter que assistir filmes todos os dias, então com uma televisão no quarto, o DVD ficaria por lá para passar os filmes e a gente poderia ficar na cama assistindo qualquer outra coisa. Então resolvi deixá-lo quase pronto, colei papel de parede, só não instalei a nova luminária de teto porque tenho medo de levar choque! Ficou lindo, embora tenha faltado um pedaço do papel de parede bem em cima da cama, mas isso é detalhe!

Então agora voltamos para os fatos. Era um sábado, dia de dormir até mais tarde – teoricamente, porque aqui isso não acontece. Não sei se existe alguma anormalidade, mas durante a semana, que Sophia teria que acordar cedo por causa da escola, dorme; final se semana que pode acordar às 11 horas, ela levanta às 8h! Enfim, acordamos juntas, fui fazer leite quentinho para nós duas e a deixei no quarto brincando (entende-se por filme na televisão e muitos brinquedos no chão). Tomamos café da manhã e fui para a cozinha fazer bolo, lavar louça, …., enfim, fui pra escravidão! Passado um tempo ficou muito silêncio lá pra dentro, e quem é mãe sabe, silêncio demais não é bom! 

Fui dar uma olhada e de cara vi que tudo estava fora de lugar! Todos os brinquedos que ficavam encostados na parede estavam afastados. Olhei do corredor e perguntei “filha, o que você está fazendo?”; Sophia me olhou, mostrou a parede e respondeu “olha mamãe, a Sophia desenhou” ……… Meu coração parou por uns cinco segundo para eu me preparar para o que viria e veria. Sophia rabiscou
TODA a parede, inclusive o papel de parede! Sério, meu sangue subiu, meu coração acelerou e a mão levantou de tal maneira que eu tinha certeza que seria a primeira vez que eu iria realmente bater na Sophia.

Eu não posso mentir, já dei algumas palmadas. Teve um período (ele encerrou há pouco mais de um mês) que Sophia ficava brava, irritada porque a gente não deixava ela subir no rack da sala e pular (estou errada em não deixar minha filha pular sobre um rack de madeira que além de machucá-la poderia quebrar), dai ela vinha na nossa direção e nos batia. A gente chamava a atenção e ela batia novamente, aí eu dava um tapinha no mesmo lugar e falava “A mamãe disse que faz dodói, viu como machuca”; daí ela vinha e pedia desculpas. Mas bater, dar “surra”, nunca! Mas nesse dia eu achei que seria a primeira vez.

Respirei fundo e falei “Meu Deus do céu, filha o que você fez!? Isso está horrível!! Você estragou toda a parede. Por que você fez isso?!”. Ela sentou na caminha dela, respirou fundo, encheu os olhinhos de lágrima e falou “Desenhar é só no papel mamãe, desculpa!”; começou a chorar, me abraçou e pediu desculpas novamente. Eu me abaixei até a altura dela (aprendi com a Supernanny) e falei “Tudo bem filha, e desenhar é só no papel! Promete que nunca mais fará isso!”. Ela me abraçou, beijou e arrumou todo o quarto que ela bagunçou!

Foi a maior prova de maternidade que já tive! Não estou aqui para condenar quem bate, nem dizer que não bater é a melhor coisa. Realmente eu não sei! Só sei que naquele momento eu decidi que iria ser diferente! Eu nunca apanhei, minha mãe dava tapa no ar, fingindo que não me alcançava e meu pai, putz, ele puxava minha orelha! Como doía!


Não sei se bater num filho faz dele mais marginal ou mais educado, sinceramente! Na Bíblia existe um versículo que diz
“Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá”. Provérbios 23:13. Conversando há um tempo com uma amiga que é responsável pelo ministério infantil da igreja, ela me disse que hoje em dia, se um pai vai em direção ao filho para bater, que seja um tapa no popozinho (é assim que Sophia chama), a criança já aprende na escola que é crime e responde ao pai “se você me bater eu te denuncio, palmada é crime”. Serio, acho que se minha filha fala isso para mim, me desculpem, mas aí que o sangue iria realmente subir. 

Sei que posso levar muitas palmadas por esse texto, mas acho que a maternidade faz isso com a gente, mexe em assuntos que antes de sermos mães, parecem extremamente longínquos, mas quando nasce um filho, nasce uma mãe, nasce um novo conceito de valor! 


Tem como ficar feliz com essa “obra de arte”!?!?

PS … Desculpem a péssima qualidade da foto, foi tirada com o celular!!