Já falei aqui no blog que adoooro o canal Home & Health …. se tivesse TV a cabo, com certeza seria a maior briga pelo controle: eu no Home & Health, Ramon no Warner e Sophia no Discovery Kids. Adoro programa com temática familiar, principalmente se falam de filhos. Troca de esposas (nem sei se ainda existe esse programa), Supernanny, Adolescentes Rebeldes, Não sabia que estava grávida (HÁ … super me identifico) … até Acumuladores!!! Agora tem um programa que gosto de assistir, mas que irrita a todos que estejam assistindo televisão junto comigo: Pequenas Misses.
Antes de assistir a esse programa, havia assistido o filme que A-DO-RO, Little Miss Sunshine (Pequena Miss Sunshine). Quem não assistiu super recomendo. Toda a história gira em torno da família que quer levar a filha caçula para participar de um concurso de beleza infantil, algo muito comum nos EUA.
Minha educação sempre foi muito “rígida” e digamos, em moldes mais tradicionais. Lembro-me muito bem que enquanto minhas amigas faziam mechas nos cabelos (umas até coloridas) eu pude fazer luzes nos cabelos aos 15 anos (sim, não tive festa, não debutei nem viajei para a Disney, ganhei as luzes); Fazer as unhas da mão foi com 13 e só cores clarinhas … minhas amigas passavam rosa, preto, azul e eu renda!; Namorar?? Jamais … no máximo ficar “paquerando” algum menino da escola, mas nada de dar o telefone para ele ligar; Telefone celular fui ganhar quando estava fazendo terceirão! Antes disso minha mãe me emprestava o dela se eu ia ao shopping; Falando em shopping, pude ir sozinha com minhas amigas com 16 anos.    
Na época ficava revoltada, brava, achava meus pais os piores pais do mundo!! “Eles não foram adolescentes!!” … Todas as vezes que eu fazia algo errado, e minha mãe ficava triste, ela sempre dizia “Um dia você será mãe e vai entender isso que estou sentindo”…
Deus me abençoou com um frutinho. Nunca pedi, nem sequer desejei, mas Ele me abençoou. Como já falei aqui, não foi fácil aceitar, entender, digerir a idéia da maternidade. Precisei somente aceitar. Esse frutinho tinha pernas, braços, olhos, nariz, boca, orelha, cabelo, bumbum e uma perereca … Lembro-me que precisei fazer uma ecografia muito importante no quinto mês de gestação. Como não tive pré-natal, foi preciso fazer uma eco com um especialista em cirurgia fetal, pois, qualquer anomalia, seria preciso intervir imediatamente. Exame vai, exame vem e ele perguntou “Deseja saber o sexo?” … “Doutor, na outra ecografia que fiz o médico disse que era menina, tem chance dele estar errado?” … “Vamos ter certeza então!” …. ele mexeu aquele aparelhinho de um lado para o outro, achou a genitália e travou a imagem “É menina, beeeeem menina” … era uma suuper pererecona!!
A partir daquele momento, precisei começar a me preocupar com questões que, até então, jamais passariam pela minha cabeça. Como educar, criar, formar uma filha? Como tratar, chamar e pegar minha filha? Eu havia uma pedra preciosa, um diamante que somente eu poderia lapidar. Peço muito a Deus que me dê sabedoria para guiar Sophia no caminho correto.
Voltando ao programa “Pequenas Misses”. Quando vejo aquelas mães, pais, avós incentivando suas filhas/netas para que sejam “lindas e graciosas”, que “sorriam e acenem”, que tenham postura ereta e olhar fixo nos jurados, pois só assim conseguiram a coroa de miss, preciso me questionar: qual será o destino, o futuro dessas crianças?! Como pode uma mãe/pai exigir de uma criança menor de seis/sete anos que ela seja a mais bela, a mais bonita, a mais alegre, a melhor em tudo aquilo que é externo?! Qual será a solução para um desemprego do marido dessa mulher que quando tinha 5 anos foi eleita a menina mais bonita do estado?!
Será que estou me preocupando com o supérfluo ou o supérfluo faz a gente se preocupar com o que não deve? O que quero para a minha filha? Que valores quero “exigir” dela?
No início do ano, houve uma apresentação na escola da Sophia. Todos os alunos confeccionaram um livro e houve uma apresentação para a entrega do livro. A diretora veio explicar os motivos e como foram realizadas as atividades que envolviam a criação do livro. Após a apresentação, houve um coquetel para uma confraternização entre os pais. Tenho muito orgulho de dizer que todos, eu disse TODOS os pais vieram falar comigo! Eles queriam saber quem era a mãe da Sophia, afinal, todos os filhos falavam da Sophia. Até fizemos os amigos entrarem para as aulas de natação e ballet, porque a Sophia fazia. A diretora veio me parabenizar pela filha que tenho. Uma das mães, por sinal, mamãe da “melhor amiga da Sophia”, questionou a professora “Mas quem é Marcella?” … a professora não entendeu a pergunta “Marcella, como assim?!” … “Quem é a Marcella, é alguma amiguinha da sala?” … “Não tem nenhum Marcella na sala mãe, por que?!” … “A Laura brinca com as bonecas e uma é a Sophia e a outra é a Marcella, quem é Marcella?!” … “Marcella é a mãe da Sophia!” … Descobrimos que Sophia falava tanto de mim que a Laura me incluía nas brincadeiras dela!
O que eu quero mais da minha vida …..  
Minha Pequena Miss