Quem disse que o rock nacional ficou no passado nunca esteve em Curitiba nos dias 4 e 5 de julho de 2025. A primeira edição do Winter Pop Rock Festival, realizada na Arena White Hall – Jockey Club do Paraná, foi uma verdadeira celebração da música, da memória coletiva e da resistência dos adolescentes 35+ que seguem cantando os mesmos refrões, agora com dores nas costas e gratidão por poder viver tudo isso de novo.
O line-up reuniu nomes que marcaram gerações: Tihuana, Detonautas Acústico, Reação em Cadeia, Cachorro Grande, Marcão Britto e Thiago Castanho (Charlie Brown Jr.) e a banda Calango Brabo, com sua mistura inusitada de forró e hard rock. Foi minha primeira vez assistindo todas essas bandas. O evento contou com realização da Prime e do Hard Rock Cafe Curitiba, e somou mais de oito horas de música em cada noite, com estrutura premium e vibe de show VIP.
Uma estrutura pensada para curtir (e sobreviver)
Apesar do frio intenso que tomou conta da cidade, a Arena White Hall ofereceu um ambiente coberto, espaçoso, com estacionamento próprio e seguro, bares abastecidos (com direito a pizza!) e garçons servindo na pista. O ponto alto? Sofás. Sim, sofás. Um oásis para quem ama rock, mas também ama uma coluna alinhada.
Aliás, entrar no salão me presenteou com outro ponto alto da nostalgia: lembrar que foi ali mesmo que, lá em 2005, eu assisti ao show do Hanson. Sim, eles. Os irmãos que embalaram nossa infância com MMMBop e nos fizeram chorar ouvindo Save Me assistindo Camila e Edu em “Laços de Família”.
Tá, vamos voltar pro Winter Pop Rock Festval.
Na sexta (04), os shows começaram às 22h e seguiram madrugada adentro. Apesar de algumas pausas longas entre as apresentações, o clima foi de reencontro. No sábado (05), com o início programado para as 20h, tudo fluiu melhor: som redondo, emoção equilibrada e muita energia positiva.
Tihuana e os 25 anos do caos organizado
Depois de oito anos longe dos palcos, o Tihuana voltou em 2025 com sua formação clássica e uma turnê especial celebrando os 25 anos do álbum Ilegal. Com um trio de metais, guitarras adicionais e nova identidade visual, a banda trouxe hits como “Pula!”, “Eu Vi Gnomos” e, claro, “Tropa de Elite” em versões repaginadas. Foi a dose perfeita de caos e nostalgia. Teve até rodinha punk … por alguns instantes lembrei do show do System Of A Down.
Charlie Brown Jr. vive
Marcão Britto e Thiago Castanho, dois dos fundadores do Charlie Brown Jr., subiram ao palco com a responsabilidade de reviver hinos que atravessam gerações. Músicas como “Zoio de Lula”, “Proibida Pra Mim”, “Papo Reto” e “Céu Azul” fizeram todo mundo cantar junto. Foi uma verdadeira homenagem à alma santista da banda e ao legado de Chorão.
Detonautas Acústico e a emoção que não envelhece
No segundo dia de festival, Detonautas Acústico trouxe o clima intimista e pulsante da turnê “20 Anos – Acústico”. Com um repertório recheado de sucessos como “Olhos Certos” e “Quando o Sol Se For”, a banda fez uma apresentação intensa, nostálgica.
Reação em Cadeia, Cachorro Grande e Calango Brabo
Reação em Cadeia, expoente do rock gaúcho, emocionou com músicas como “Me Odeie” e “Quase Amor”. Cachorro Grande, com sua formação clássica de volta, trouxe aquele rock’n’roll sujo, direto e cheio de história. E a Calango Brabo, surpresa para muitos, surpreendeu com seu estilo que une música regional com rock e ainda meteu uma guitarra dupla exclusiva em uma performance carismática que uniu Alceu Valença e Metallica na mesma vibe.
Mamãe no Palco: quando a música encontra a maternidade
A minha experiência nesses dois dias de festival também foi marcada por algo que vai muito além da música: a importância da rede de apoio. Sem a vovó que topou ficar com os pequenos, eu não estaria ali. E isso me faz pensar o quanto ainda precisamos falar sobre eventos mais inclusivos para mães, pais e famílias. Sim, a gente quer curtir. Sim, a gente também canta, pula, chora e vibra. E merece viver isso sem abrir mão da maternidade.
Muito mais
Pra conferir um pouquinho do que foi essa experiência, é só assistir aos Reels:
Obrigada à @maisumadaprime por entregar uma experiência tão inesquecível. Que venha a edição 2026. Porque o inverno pode ser frio, mas com rock, ele vira pura combustão interna.
