No último sábado, 14 de junho, Curitiba foi palco de uma verdadeira celebração do rock nacional. A turnê “Capital Inicial: Acústico 25 Anos” desembarcou na Arena White Hall / Jockey Club do Paraná reunindo três gerações do gênero em uma noite que ficará na memória do público.
O evento, realizado pela Prime e Bonus Track, começou com a abertura vibrante da banda School of Rock, formada por jovens músicos apaixonados pelo que fazem. Eles aqueceram o público com covers e muita energia, mostrando que o futuro do rock está garantido.
Na sequência, Leoni subiu ao palco com um repertório repleto de sucessos e histórias. Conhecido por ter integrado o Kid Abelha (onde foi fundador, baixista e compositor dos dois primeiros álbuns) e mais tarde os Heróis da Resistência, ele trouxe ao palco hits da carreira solo como “Garotos” e releituras emocionantes dos clássicos da antiga banda — músicas que a gente e muitos fãs já haviam ouvido na voz de Paula Toller, semanas atrás, mas que agora ganharam nova vida com arranjos diferentes e interpretações cheias de história. Foi como assistir a dois lados da mesma memória. O Mamãe no Palco esteve no show da Paula e contei tudo aqui.
Di Ferrero trouxe carisma e potência ao palco. Com um show que mesclou músicas da carreira solo e clássicos da época do NX Zero, como “Cedo ou Tarde” e “Razões e Emoções”, ele conquistou fãs antigos e novos. Um dos pontos altos da apresentação foi a presença do guitarrista Bruno Genz, ex-baixista da banda Cine, que surpreendeu o público com versões enérgicas de “Garota Radical” e “As Cores”, transportando todo mundo direto pros anos 2000.
Além disso, Di arrancou gargalhadas ao fazer várias piadas sobre Curitiba e os curitibanos, revelando que tem uma conexão especial com a cidade por namorar a modelo curitibana Isabeli Fontana. A cada brincadeira, o público respondia com ainda mais carinho.
Mas foi com o Capital Inicial que a noite atingiu seu auge. Pela primeira vez assistindo à banda ao vivo, confesso que me emocionei ao perceber que sabia todas as músicas. Cada acorde era uma viagem no tempo – da minha adolescência ouvindo o CD pirata do Acústico MTV até este momento, agora mãe, gritando “O Mundo” com os olhos marejados.
A banda reproduziu, na ordem original, todas as faixas do lendário álbum lançado em 2000, que marcou uma virada de chave na carreira do grupo. Com uma formação quase idêntica à da gravação original, tudo pensado para reviver a essência do projeto que colocou o Capital em uma nova dimensão artística.
Um dos momentos mais emocionantes da noite foi quando Dinho Ouro Preto anunciou, com evidente orgulho, que o mestre Kiko Zambianchi estava ali no palco com eles. A banda então tocou “Primeiros Erros”, uma das faixas mais icônicas do Acústico MTV, levando o público ao delírio coletivo. Era impossível não cantar junto — e impossível não se emocionar.
“Um marco como esse da história do Capital tem que ser celebrado! Por isso, vamos levar para 25 locais esse show com a formação quase original de 25 anos atrás. Vai ser lindo reviver esse momento que foi a virada de chave para a banda e os fãs. Estamos muito felizes em poder tocar nossos grandes sucessos em versão acústica!”, afirmou Dinho Ouro Preto, vocalista da banda.
E foi exatamente isso: uma noite que uniu gerações, relembrou sucessos, fez todo mundo cantar junto e provou que a força do rock brasileiro ainda pulsa com intensidade.
A Arena White Hall surpreendeu positivamente: boa estrutura, fácil acesso, estacionamento próximo e um charme à parte – os aviões que sobrevoavam o espaço durante os shows davam um toque inusitado e inesquecível ao cenário.
Saí de lá com dor nos pés, sorriso no rosto, o coração cheio — e as mãos quase congeladas. A noite estava fria demais, como só Curitiba sabe ser. Mas o calor de um show sold out, com tanta gente cantando junto, foi o suficiente para aquecer tudo o que realmente importa.
Um evento que, mais do que relembrar o passado, reconectou histórias, sons e sentimentos.
🎸 Agradecimento especial à Prime pelo convite.
A mamãe segue no palco — e segue cantando.
Um comentário neste post
Descreveu com tamanha verdade e emoção que me levou até a Arena ! Como você disse , são lendas vivas da música brasileira. Letras vivas reais, que cada um a seu tempo viveu amores com suas dores! É claro , Curitiba não decepcionou, frio congelante , tudo para se tornar real. Parabéns pelo texto. Eu não fui , porém assisti alguns minutos que você enviou!