Cobertura do show no Teatro Guaíra – 26 de abril de 2025
No sábado, 26 de abril, vivi com minha família um daqueles momentos que a gente guarda no coração. Fomos ao Teatro Guaíra, em Curitiba, assistir ao show da turnê Amorosa de Paula Toller — e foi especial por muitos motivos. Além de ser a primeira vez da minha filha, Sophia, no Guaíra, era também a realização de um desejo antigo: ver ao vivo uma artista que ela ama desde pequenininha, por influência da Naná.
Paula trouxe à capital paranaense a turnê que já reuniu mais de 500 mil pessoas pelo Brasil e que celebra quatro décadas de carreira — uma trajetória marcada por hits eternos, potência feminina e beleza que atravessa gerações. No palco, sua presença era leve, elegante, e seu repertório uma verdadeira antologia emocional, misturando sucessos do Kid Abelha, canções solo e homenagens carinhosas a nomes como Rita Lee e Charlie Brown Jr.
“Amorosa é uma celebração de toda minha carreira, um aniversário de casamento com o público”, disse Paula em comunicado oficial. E a sensação era exatamente essa: de reencontro, de abraço em forma de música.
A direção musical e os arranjos ficaram por conta do lendário Liminha, que subiu ao palco ao lado de Paula e deu ainda mais força à sonoridade do espetáculo. Já a cenografia, assinada por Gringo Cardia, trouxe referências visuais do artista modernista Genaro de Carvalho, criando uma atmosfera poética e sofisticada.
Estávamos lá: eu, meu marido e Sophia. Ela, com os olhos brilhando, reconhecendo nos acordes as canções que cresceu ouvindo no carro da avó. Essa conexão afetiva atravessa gerações — e assistir a um show assim com a filha adolescente ao lado transforma tudo em algo ainda maior.
Entre os destaques do setlist estavam “Nada Sei”, “Como Eu Quero”, “Lágrimas e Chuva”, “Amanhã é 23” e “Grand’Hotel”. Cada música era recebida pelo público como um reencontro, uma lembrança viva — como se as canções tivessem estado ali o tempo todo, guardadas em cada um de nós.
Apesar da produção impecável, fica um ponto de atenção: Paula manteve-se o tempo todo mais próxima do fundo do palco, o que prejudicou a experiência de quem estava nas últimas filas da plateia ou nos balcões — especialmente considerando o tamanho do teatro.
Mesmo com esse detalhe, saímos de lá tocados. A música tem esse poder de nos fazer atravessar o tempo. Ver minha filha cantar letras que marcaram a minha adolescência me lembrou que há memórias que não envelhecem — só ganham novas vozes.
Foi mais do que um show. Foi um encontro de gerações.
Foi um presente em forma de melodia.
Foi Mamãe no Palco — e na plateia também.

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