Imagine que você está grávida. Um momento único, inesquecível. Mas sua gestação é considerada de risco, por isso você está internada para receber todos os cuidados. Pelos telejornais e redes sociais fica sabendo que há um vírus mortal se espalhando pelo mundo. Fica preocupada, porém tem certeza que jamais chegará ao Brasil, afinal, sobreviver neste país não é para amadores. Infelizmente o novo coronavírus não está de brincadeira e chegou com força por aqui. Durante seu período de internamento é declarada situação de pandemia mundial, recomenda-se isolamento e os hospitais começam a receber pacientes contaminados.
Parece roteiro de filme de terror, não é mesmo? Mas infelizmente não é. Isso acontece de verdade com inúmeras mulheres durante a pandemia do COVID-19. E aconteceu com a Vanessa Mascarenhas, 16 anos. Ela viveu essa situação em Paracatu – MG.
Grávida do seu primeiro filho, descobriu a gestação assim que o COVID-19 chegou no país. Os números ainda eram baixos quando soube da gravidez. Quando as notícias começaram a mostrar que o vírus era de alto contágio, que não havia medicação nem tratamento específico e que alguns casos eram tão graves que precisavam ser acomodados em UTIs, Vanessa ficou com muito medo. “Pensava muitas coisas negativas”, confessa.
“Quando veio o isolamento eu estava internada, pois minha gravidez era de alto risco, então pra mim eu já estava vivendo em um isolamento”, conta Vanessa que teve seu filho prematuramente. “Meu processo foi preocupante, cheio de medo, angústia, ansiedade e medo, pois com 2 meses de gestação eu comecei a inchar e me encaminharam para o hospital da minha cidade onde fiquei um dia internada”, relata. “No outro dia me mandaram pro hospital de Patos de Minas, cidade à 200km de distância, onde fiquei 2 meses internada”, explica Vanessa.
Durante o período de internação, já com 27 semanas de gravidez, descobriram que Vanessa tinha problema nos rins, por isso foi recomendado que ela continuasse internada para ser supervisionada e segurar a gestação. “Se tirassem meu filho, ele não iria resistir”, revela. Durante esse período dentro do hospital, Vanessa acompanhou pacientes com o novo coronavírus. ” Ouvia o barulho dos aparelhos deles”, conta Vanessa.
Quando chegou na 32ª semana, Vanessa diz que começou a inchar novamente, foi então que descobriram que seu filho tinha uma alteração no coração, por isso foi submetida a uma cesariana de emergência. Seu companheiro sempre esteve ao seu lado. “Ele ficou bastante preocupado, angustiado. Sabe como é, pai de primeira viagem”, confessa a mamãe que ainda viu seu filho ficar 1 mês e 1 dia na incubadora.
Durante o período que Vanessa esteve internada, sua mãe sogra e estiveram com ela o tempo todo. Infelizmente, por conta da pandemia, ela só tinha direito a um acompanhante, então todos se revezavam para estar com ela. “Elas não podiam ficar comigo, então procuraram casas de apoio para se hospedarem, mas por conta da pandemia, todas estavam fechadas”, conta. Após o nascimento do filho, por ele precisar de cuidados, Vanessa e o companheiro viajavam diariamente de Paracatu até Patos de Minas. Ela conta que “íamos com o carro da prefeitura todos os dias levar leite para meu filho”.
Agora está tudo bem. “Estou muito alegre pois deu tudo certo né”, conta a mamãe do Davi Emmanuel, que hoje está lindo e muito saudável. Hoje Vanessa agradece muito a Deus por tudo!
Confesso que não imagino o que é estar grávida, o mundo entrar em modo pandemia mundial, precisar ser internada num hospital em outra cidade, fazer uma cesariana antes do tempo e ser mãe de UTI. Isso tudo com 16 anos. Nossa Vanessa, que história de superação e força. Que honra compartilhar sua história.
E você, conhece alguma mãe da pandemia? Conhece alguma mamãe grávida que está com medo por estar vivendo a gestação durante essa pandemia? Compartilha esse post.
Um comentário neste post
Imagino o sofrimento e ansiedade de uma jovem com 16 anos, sofrendo internações, gravidez de risco, etc. Sorte dela ter a família sempre por perto!!!